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Filhos de reféns ítalo-israelenses pedem ajuda de Roma

Por Silvana Logozzo – A cada hora, os detalhes do massacre nos kibbutz israelenses pelas mãos do Hamas e dos jihadistas desafiam o limite do suportável da angústia.

Nos relatos, nos apelos dos parentes mais próximos dos cerca de 200 reféns arrancados de suas casas e levados para Gaza, há a necessidade de esperança, mas não muitos motivos para acreditar.

Os filhos do casal ítalo-israelense, ele com deficiência, presumidamente sequestrados no kibbutz de Be’eri, onde foram encontrados 108 cadáveres, pediram ajuda a Roma para que façam todos os esforços para trazer os pais de volta para casa sãos e salvos: “Esperamos que   Itália consiga a libertação deles imediatamente. A prioridade é a vida dos reféns, trazê-los de volta para casa imediatamente. Roma, nos ajude”, disseram à agência Ansa Yotam e Nadav Kipnis.

Palavras pesadas que se afundam no vazio de informações sobre o destino de Liliach Havron e Eviatar Kipnis, israelenses com passaporte italiano devido a uma antiga parentela com Giacomo Castelnuovo, médico do rei Vittorio Emanuele III, residentes na pequena comunidade agrícola no deserto noroeste do Negev, perto da fronteira oriental com a Faixa de Gaza.

Não há notícias deles desde sábado, seus nomes não estão na lista das vítimas do ataque: “Não temos confirmação das autoridades, mas temos informações que nos levam a acreditar que foram sequestrados: rastreamos seus celulares, e não estão em casa, a localização é em Gaza”.

“Ainda recebemos chamadas do telefone de nosso pai”, disse Nadav, “mas desligam quando atendemos. Na ausência de confirmação de sua morte, nossa esperança é que estejam vivos”.

Então, Yotam lembra a última vez que falou com a mãe. “A última coisa que lembro da mamãe é sua voz preocupada ao telefone, e então, de repente, o barulho dos tiros que quebram os vidros, ruídos duros e desconhecidos que invadem nossa casa, a ligação que se interrompe…”, conta o jovem de 29 anos, salvo porque havia dormido em Ramat Gan, perto de Tel Aviv.

O pai tem uma doença neurológica, vive na cadeira de rodas, precisa ir ao hospital uma vez por semana para as medicações, caso contrário seu corpo fica completamente paralisado.

No sábado de manhã, estavam com ele a esposa e o cuidador filipino, Paul. “Ele às 9h30 daquela manhã ligou para a esposa em Israel para dizer que os milicianos estavam arrombando a porta do abrigo. Depois, a comunicação foi interrompida”. “A casa no kibbutz”, disse Nadav, “foi incendiada”.

Na mesma família, houve outros sequestrados, provavelmente: parentes que têm cidadania alemã e austríaca.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que os EUA farão “tudo o que for possível para ajudar na crise dos reféns, quer haja ou não americanos”. Mas “a preocupação permanece alta”.

O Hamas, por sua vez, mantém as portas fechadas: “Não teremos discussões sobre prisioneiros e reféns nas mãos das forças de resistência” até o final da campanha militar, disse o líder político Ismail Haniyeh.

As portas da esperança, por outro lado, permanecem abertas para Yotam: “Agora é como viver em um limbo, não sei se meus pais estão vivos ou mortos. Tento ser realista e fazer tudo o que está ao meu alcance para ajudar, não apenas os meus, mas todos os reféns”. (Ansa)

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