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Governo italiano pressiona União Europeia para ajudar em crise migratória

O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, declarou que a "União Europeia (UE) deve passar das palavras aos fatos" e garantir ajuda à Itália frente à perspectiva da chegada de uma nova onda de imigrações ilegais, a partir dos próximos dias, principalmente da Líbia. "Da Líbia, pode chegar uma onda de imigração de proporções catastróficas", considerou o alto funcionário italiano ao chegar em Bruxelas.

Maroni afirmou que, diante desta "emergência humanitária, pedimos à Europa que coloque sobre a mesa todas as medidas necessárias para enfrentá-la, porque não podemos ser abandonados".

"Fizemos um pedido à UE logo após a reunião dos ministros de Interior dos países mediterrâneos (Itália, França, Espanha, Grécia, Chipre e Malta), na qual definimos um documento com uma posição comum, o que é inédito", informou o ministro. 

Neste documento, os países pedem ao bloco europeu "desde a constituição de um fundo extraordinário para as emergências humanitárias, até a aceitação do princípio do 'burden sharing' (partilha de carga, mecanismo de proteção financeira internacional contra crises de confiança), assim como outras iniciativas que nada mais são do que a aplicação do princípio de solidariedade, sobre o qual se baseia a própria Europa", frisou Maroni. 

Na prática, a proposta de partilha de carga equivale ao envio dos imigrantes ilegais – que possam atracar nos próximos dias na costa Mediterrânea dos países do sul da Europa, para outros países do continente. 

"Não somos nós que falamos de um milhão e meio (de possíveis imigrantes ilegais que deixarão os países do norte da África rumo à costa sul da Europa), é a Frontex", recordou o titular. 

A estimativa foi divulgada ontem (23) por fontes da agência da UE encarregada de coordenar a proteção das fronteiras dos países do bloco. 

Por sua vez, o ministro sueco de Imigração, Tobias Billstrom, defendeu que a Itália "deve manter uma atitude mais equilibrada" ao enfrentar uma emergência imigratória "que ainda não ocorreu". Ele recordou que seu país não teve problemas quando, no ano passado, "acolheu 32 mil pedidos de asilo, considerando que nossa população não ultrapassa os nove milhões de habitantes".

As manifestações nos países árabes contra seus governos que já derrubaram dois presidentes (Ben Ali na Tunísia, e Hosni Mubarack no Egito) e as respostas repressivas das autoridades têm alarmado a comunidade europeia desde o início do mês. 

Após 10 de fevereiro, a ilha italiana de Lampedusa, a mais próxima da costa Mediterrânea dos países do Magreb, passou a receber um êxodo principalmente de tunisianos. 

Estima-se que o número de imigrantes ilegais do norte da África que desembarcaram no país já superou os 6 mil, de acordo com um levantamento recente do Ministério do Interior da Itália.

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