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Governo italiano recua e admite economia estagnada em 2019

Após diversos organismos terem reduzido as projeções de crescimento para a economia da Itália, o governo do país europeu recuou de suas previsões e admitiu que o PIB deve ficar quase estagnado em 2019.

Até então, a aliança entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga falava em uma expansão ao redor de 1%, embora agências de classificação de risco e a Comissão Europeia julgassem essa expectativa excessivamente otimista.

Além disso, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que o PIB italiano fechará o ano em recessão. Em meio à piora do cenário macroeconômico, o Conselho dos Ministros se reuniu e aprovou o Documento de Economia e Finanças (DEF), instrumento que delineia os gastos públicos e projeções para o ano.

O DEF diz que o Produto Interno Bruto da Itália, que já está em recessão técnica, terá expansão de 0,2% em 2019, enquanto a relação déficit/PIB deve fechar o ano em 2,4%. Esse último dado contraria a promessa feita à Comissão Europeia de reduzir o rombo nas contas públicas, em função do elevado endividamento do país.

No fim do ano passado, Bruxelas havia vetado uma projeção de 2,4% para o déficit e ficou à beira de denunciar a Itália, mas acabou aceitando um acordo para um rombo de 2,04% em 2019. “O documento confirma os programas de governo e o respeito aos objetivos fixados pela Comissão Europeia”, diz uma nota do Palácio Chigi. Bruxelas ainda não se pronunciou sobre as novas previsões.

Para alcançar o baixo crescimento projetado, o governo ainda aposta na renda básica de cidadania e na redução da idade mínima de aposentadoria, que entram em vigor nas próximas semanas e cujos efeitos ainda são incertos.

A dívida pública da Itália – segunda maior na União Europeia – deve fechar 2019 em 132,7% do PIB, contra 132,2% do ano passado. No DEF, o governo admite que a alta é resultado dos “rendimentos relativamente elevados” dos juros da dívida pública, que subiram em função da paralisia econômica do país.

O governo ainda prevê que o desemprego, atualmente em 10,7%, suba para acima de 11% em 2019. “O balãozinho populista estourou perante a realidade. Agora só os empregadores percebem, mas logo os outros cidadãos também notarão”, criticou o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, em seu perfil no Twitter.

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