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Itália abre procedimento contra juízes por fuga de empresário russo

O Ministério da Justiça da Itália abriu um procedimento disciplinar contra os juízes da Corte de Apelação de Milão por terem concedido o regime de prisão domiciliar ao empresário russo Artem Uss Aleksandrovich, 40 anos, que fugiu do país no fim de março.

Segundo a decisão, os magistrados cometeram “uma grave e indesculpável negligência” ao determinar o regime prisional em 25 de novembro de 2022, determinando que ele usasse apenas uma tornozeleira eletrônica.

O ministro da Justiça, Carlo Nordio, considera – segundo fontes próximas – que a decisão dos três juízes “não levou em conta” as circunstâncias agravantes apresentadas pela Procuradoria-Geral de Milão, que pedia pela prisão em regime fechado. Os procuradores alertaram para “o elevado e concreto risco de fuga” por conta de seus contatos também políticos, já que é filho do governador de Krasnoyarsk, Aleksander Uss.

O empresário estava preso na Itália desde 17 de outubro do ano passado por conta de um mandado de prisão internacional expedido pela justiça de Nova York.

Aleksandrovich rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu de Milão em 23 de março, dois dias depois dos juízes determinarem a extradição do empresário para os Estados Unidos.

Ele era acusado por Nova York por quatro crimes, mas os magistrados consideraram só dois deles procedentes: contrabando de petróleo da Venezuela para a Rússia e a China e fraude bancária. Os outros dois, contrabando de tecnologia militar dos EUA para a Rússia e lavagem de dinheiro não foram considerados críveis.

A justiça russa também tinha um mandado contra Aleksandrovich por lavagem de dinheiro. Em 4 de abril, o empresário deu uma entrevista à agência russa Ria Novosti dizendo ter conseguido voltar para seu país natal.

Pouco depois, Aleksander também falou com a imprensa e agradeceu ao presidente Vladimir Putin por ter ajudado na fuga, em declaração que causou mal estar até no Kremlin por “expor” o mandatário às críticas.

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