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Itália anuncia 7,5 bilhões de euros para estimular economia

País corre risco de ficar estagnado por causa de coronavírus

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou um pacote de 7,5 bilhões de euros para combater os efeitos da epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na economia nacional.

Inicialmente, o governo previa destinar 3,6 bilhões de euros para estimular a atividade econômica, mas acabou dobrando o valor. Do total prometido, 6,35 bilhões de euros serão obtidos por meio do aumento do déficit fiscal, cuja meta para 2020 era de 2,2%, número que já causara advertências da União Europeia no ano passado.

“Não estamos dando um salto no escuro, podemos já dizer que existe plena sensibilidade na Comissão Europeia para compreender a emergência que estamos enfrentando”, garantiu Conte. Já o ministro da Economia da Itália, Roberto Gualtieri, disse ter enviado uma carta a Bruxelas explicando o aumento do déficit.

Os 6,35 bilhões de euros representam 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB) da Itália, mas a União Europeia tenta enquadrar o país em um caminho de redução do déficit para permitir a diminuição de sua dívida pública, a segunda maior da zona do euro.

Segundo Conte, os 7,5 bilhões de euros previstos no pacote serão usados para apoiar “famílias e empresas”. Entre as medidas já anunciadas estão uma moratória das dívidas de companhias com bancos e a destinação de mais recursos para o sistema de saúde nacional e a Defesa Civil.

O governo também promete iniciativas para apoiar empresas das zonas que estão fora do epicentro da epidemia, mas que também sofrem os efeitos indiretos das medidas de contenção do vírus. Quase 90% dos casos se concentram em apenas três regiões: Lombardia, Emilia-Romagna e Vêneto, no norte do país, motor da economia nacional.

Em meados de fevereiro, a empresa japonesa de serviços financeiros Nomura já havia alertado que a epidemia poderia colocar a Itália em recessão, após um modesto crescimento de 0,3% em 2019.

“Ninguém deve perder o trabalho por causa do coronavírus”, disse Gualtieri nesta quinta. O Parlamento deve votar a autorização para ampliar o déficit em 11 de março.

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