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Itália barra “universidade populista” de Steve Bannon

Governo vai revogar concessão de abadia perto de Roma

O Ministério dos Bens Culturais da Itália abriu um procedimento para revogar a concessão de um antigo mosteiro no centro do país para Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Donald Trump, montar uma espécie de “universidade da extrema direita”.

O Instituto Dignitatis Humanae, fundado pelo britânico ultraconservador Benjamin Harnwell, alugara a Abadia de Trisulti, em Collepardo, na região do Lazio, para criar uma escola internacional de “soberanismo”.

O Ministério dos Bens Culturais da Itália, no entanto, iniciou um procedimento para suspender a concessão, com o objetivo de “proteger a administração pública das criticidades apontadas em relação à legitimidade da concessão”.

“A Advocacia do Estado identificou a existência de todas as condições para realizar a anulação, em consequência da violação de diversas obrigações contratuais”, diz uma nota do Ministério dos Bens Culturais, chefiado por Alberto Bonisoli, do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

“A Abadia de Trisulti voltará aos cidadãos e não se tornará nunca uma escola política para soberanistas”, comemorou a presidente da associação Comunità Solidali, Daniela Bianchi, que liderou a batalha contra a escola de Bannon e coletou milhares de assinaturas para pressionar o governo.

A decisão de revogar a concessão foi tomada porque o Instituto Dignitatis Humanae não tem como objetivo estatutário a valorização da cultura nem comprovara experiência na gestão de imóveis culturais, duas exigências para assumir a abadia.

Além disso, a associação não pagou a taxa de concessão nem honrou com custos de manutenção e vigilância. A iniciativa era coordenada por Bannon, o guru de extrema direita de Trump, mas que rompeu com o presidente após sua chegada à Casa Branca.

Seu objetivo era fundar uma espécie de universidade para “formar” lideranças nacionalistas e montar uma estratégia para disseminar o ultraconservadorismo religioso e político pela Europa. Após se afastar de Trump, Bannon fortaleceu laços com a extrema direita europeia, como o italiano Matteo Salvini e a francesa Marine Le Pen, e também se aproximou da família Bolsonaro.

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