Notícias

Itália condena mafiosos à pena perpétua por morte de juiz

Paolo Borsellino foi assassinado pela Cosa Nostra em 1992

A Corte de Recurso de Apelação de Caltanissetta, na região italiana da Sicília, condenou dois mafiosos à prisão perpétua pelo atentado que tirou a vida do juiz Paolo Borsellino, em 1992.

Salvo Madonia e Vittorio Tutino foram considerados, respectivamente, o mandante e o executor do crime, que também vitimou cinco agentes da escolta do magistrado. Já Francesco Andriotta e Calogero Pulci foram condenados a 10 anos de prisão por calúnia em suas delações premiadas à Justiça. Vincenzo Scarantino, acusado do mesmo delito, se beneficiou da prescrição.

A decisão confirma a sentença de primeiro grau, emitida em 20 de abril de 2017. Ainda cabe recurso à Corte de Cassação, tribunal supremo da Itália. “A confirmação da sentença de primeira instância confirma a mais grave despistagem da história italiana”, disseram os advogados Vincenzo Greco e Fabio Trizzino, que representam os filhos de Borsellino.

Ao lado de Giovanni Falcone, o juiz liderava as investigações contra a máfia na Sicília, a chamada “Cosa Nostra”, o que o colocou na mira dos criminosos. No dia 19 de julho de 1992, em Palermo, um Fiat 126 repleto de explosivos foi detonado em frente à casa da mãe de Borsellino, justamente no momento em que ele chegava.

Nos anos 1990, Scarantino, um bandido comum, havia se declarado autor do furto do carro usado no ataque, informação que foi confirmada por Andriotta, um ex-companheiro de cela, e Pulci, um mafioso arrependido.

Contudo, em 2008, outro ex-membro da máfia, Gaspare Spatuzza, contou que foi ele quem havia furtado o Fiat 126, contradizendo as delações anteriores. Investigados novamente, os três confessaram que mentiram em suas colaborações com a Justiça.

Scarantino e Andriotta se justificaram denunciando pressões psicológicas dos promotores, enquanto Pulci alegou ter agido por conta própria.

O mesmo Spatuzza também revelou ter furtado o veículo ao lado de Tutino, a mando de uma comissão da Cosa Nostra da qual Madonia fazia parte. Este último já havia sido condenado à prisão perpétua pelo “massacre de Capaci”, que matou Falcone, sua esposa e três agentes da escolta.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios