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Governo italiano e União Europeia condenam explosão em barragem na Ucrânia

Uma explosão destruiu parcialmente uma importante barragem situada em uma área da Ucrânia controlada pelas forças da Rússia, colocando em risco milhares de pessoas e gerando acusações mútuas entre Kiev e Moscou.

A dinâmica exata do incidente ainda não é clara, mas a explosão abriu um enorme buraco na barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, na província de Kherson.

Diversas ruas de Nova Kakhovka, cidade mais perto da represa, já haviam sido tomadas pela água, que também pode chegar a municípios limítrofes. Centenas de pessoas já foram evacuadas.

A Ucrânia acusa a Rússia de ter explodido parte da barragem de propósito para impedir que suas tropas atravessem o rio Dnipro e definiu o episódio como “ecocídio”.

“A destruição da barragem da central hidrelétrica de Kakhovka confirma para o mundo todo que os terroristas russos devem ser expulsos de cada canto do território ucraniano”, disse o presidente Volodymyr Zelensky, que convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.

“Cerca de 80 povoamentos estão na zona inundada. Ordenamos a evacuação das áreas em risco e o fornecimento de água potável a todas as cidades e vilarejos que recebiam água da bacia hídrica”, acrescentou.

O governo da Rússia, por sua vez, afirmou que a barragem foi “parcialmente destruída por bombardeios ucranianos” para prejudicar o abastecimento na Crimeia, enquanto o governador fantoche de Kherson, Vladimir Saldo, acusou Kiev de querer “distrair a atenção dos terríveis fracassos da dita contraofensiva”.

Já a União Europeia chamou o ataque de “horrível e bárbaro, com terríveis consequências humanitárias e ambientais”. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, fez coro e salientou que a explosão “está provocando um desastre ecológico e agravando ainda mais a emergência humanitária”.

Herança da era soviética, a barragem de Kakhovka foi tomada pela Rússia logo no início da guerra e fornece água para o resfriamento dos reatores na usina nuclear de Zaporizhzhia, que também está sob controle de Moscou.

Até o momento, no entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) descartou riscos imediatos para a planta.

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