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Itália leva discussão sobre fentanil ao G7 da Justiça

Em meio a uma “epidemia”, o governo italiano levou a discussão sobre o opioide sintético fentanil, droga que colocou cidades dos Estados Unidos em estado de emergência e já atinge diversos outros países em larga escala, para a reunião dos ministros da Justiça do G7 realizada em Veneza.

Durante coletiva de imprensa no encerramento da cúpula, o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, destacou que o mundo se encontra hoje “diante de dois problemas: a Inteligência Artificial e a presença de uma maldita droga letal e perniciosa, o fentanil”.

Segundo ele, a droga é “maligna e letal porque uma dose mínima é suficiente para matar uma pessoa ou produzir danos cerebrais e físicos irreversíveis, com uma desproporção entre o baixo custo de produção da substância e o preço da venda, portanto com um lucro extremamente interessante para o crime organizado”.

Nordio explicou que “os Estados Unidos têm tido uma série de mortes por Fentanil superiores às da guerra do Vietnã”, tendo em vista que “em um ano morreram mais de 60 mil pessoas”.

“No Canadá há o mesmo problema e infelizmente, como era de esperar, a droga também se espalha pela Europa”, acrescentou ele, após os sete países – Itália, EUA, Canadá, Japão, Alemanha, França e Reino Unido – declararem “guerra” contra a ameaça global das novas drogas sintéticas.

O ministro italiano lembrou que seu país teve “o primeiro exemplo de investigação e tudo indica que teremos mais”. Para Nordio, “há muitas formas de atacar uma nação: militar, econômica ou financeira, mas há também a de minar a saúde pública, especialmente dos jovens”.

Na tentativa de bloquear a cadeia produtiva criminosa de entorpecentes sintéticos, os governos do G7 pretendem trocar informações, interceptando precursores químicos e máquinas de prensagem de comprimidos, componentes essenciais para a síntese de drogas.

Além disso, também haverá um alerta nos mercados digitalizados que veem as criptomoedas como uma das principais moedas de troca para a compra de fentanil.

Por fim, Nordio enfatizou que no G7 não foi falado apenas sobre substâncias ilegais, porque “outro problema de época é a inteligência artificial”. Ele refletiu sobre o uso distorcido e os riscos que a IA pode trazer na manipulação de informações e imagens e podem transmitir nas escolhas eleitorais.

De acordo com o ministro italiano, estas questões e as da luta contra a criminalidade transacional e o tráfico de seres humanos serão os primeiros temas a serem discutidos no novo “Grupo de Justiça de Veneza”, um órgão permanente criado por ocasião da cúpula, que visa reforçar e coordenar iniciativas sobre assuntos urgentes.

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