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Itália prega “saída pacífica” após golpe no Gabão

Após o Níger, a África foi palco de mais um golpe de Estado desta vez no Gabão, onde rebeldes assumiram o poder logo após a confirmação da reeleição do presidente Ali Bongo Ondimba, que está no cargo há 14 anos.

A votação ocorreu na semana passada, mas a autoridade nacional eleitoral confirmou o resultado somente nesta quarta, com 64,27% dos votos para Bongo, de 64 anos.

No entanto, minutos depois, soldados entraram ao vivo na TV estatal e leram um comunicado em que anunciavam a anulação das eleições e a dissolução de “todas as instituições da República.

“Decidimos defender a paz colocando fim ao atual regime”, disse um dos militares, em nome de um assim chamado “Comitê para a Transição e Retomada das Instituições”.

O comunicado ainda define o governo Bongo como “irresponsável e imprevisível, provocando uma contínua deterioração da coesão social”, e diz que as eleições não respeitaram critérios de “transparência”.

Durante o fim de semana, o governo havia imposto toque de recolher noturno e bloqueio da internet, gerando protestos da oposição, cujo líder, o professor Albert Ondo Ossa, acusava Bongo de fraude.

Os militares também determinaram o fechamento das fronteiras por tempo indeterminado. Bongo, cuja família governa o Gabão, país rico em petróleo, há 55 anos, foi colocado em prisão domiciliar, enquanto um de seus filhos foi detido por “traição”.

Um vídeo com data indeterminada mostra o presidente deposto sentado em uma poltrona e com semblante visivelmente preocupado.

O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, disse que o golpe “aumentará a instabilidade em toda a região”, que já enfrenta uma “situação difícil” por causa das recentes turbulências no Níger.

Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, pediu uma “solução diplomática” para a crise e que os países europeus “se mantenham unidos nas tentativas de buscar uma saída pacífica”. Segundo ele, os mais de 150 italianos que vivem no Gabão estão em segurança.

Por sua vez, a França, que tem presença militar no país africano, condenou o golpe, enquanto a China pediu que a segurança de Bongo seja garantida.

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