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Itália recorda 8 anos da morte de Giulio Regeni com homenagens

A Itália recordou o aniversário de oito anos da morte do pesquisador Giulio Regeni, estudante de doutorado da Universidade de Cambridge brutalmente assassinado no Cairo no início de 2016.

A família de Regeni, incluindo seu pai Claudio Regeni, sua mãe Paola Deffendi e sua irmã Irene, lideraram um minuto silêncio e outros eventos comemorativos, incluindo uma procissão iluminada por tochas, em sua cidade natal, Fiumicello, perto de Udine.

Além disso, houve um flah mob intitulado “Todas as galinhas voltam para casa, para o poleiro”, em referência ao tão esperado acerto de contas dos quatro oficiais de inteligência egípcios, que serão julgados à revelia pelo sequestro, tortura e assassinato de Regeni em Roma, em 20 de fevereiro.

O julgamento ocorrerá após anos em que o Cairo bloqueou os esforços italianos de justiça, apesar das repetidas promessas verbais do presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi.

Para marcar a data, também estão previstos concertos e recitais para celebrar Regeni em Fiumicello e eventos para mostrar a cor amarela, escolhida por sua família como a cor de Giulio, em toda a Itália.

“Oito anos atrás eles começaram a infligir ‘todo o mal do mundo’ a Giulio, mas há oito anos Giulio tem feito coisas conosco.

Agora, finalmente chegou a hora de todas as galinhas voltarem para o poleiro”, escreveu o página no Facebook “Giulio Is Us”, que continua fazendo campanha por justiça.

Regeni vivia no Cairo, capital do Egito, para preparar uma tese sobre sindicatos independentes para a Universidade de Cambridge, mas desapareceu no dia 25 de janeiro de 2016. Ele havia sido visto pela última vez em uma linha de metrô, e seu corpo só foi encontrado mais de uma semana depois, com evidentes sinais de tortura.

O italiano frequentava organizações sindicais clandestinas e contrárias ao presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político.

O governo egípcio nunca colaborou com as investigações sobre o crime. O MP diz que Regeni foi “seviciado durante dias”, o que provocou “agudo sofrimento físico”, inclusive por meio de “objetos escaldantes, chutes, socos, lâminas e bastões”. Essas ações teriam causado “numerosas lesões traumáticas na cabeça, no rosto, no trato cérvico-dorsal e nos membros inferiores”.

O general Tariq Sabir e os coronéis Athar Kamel Mohamed Ibrahim, Uhsam Helmi e Magdi Ibrahim Abdelal Sharif respondem por sequestro qualificado, homicídio qualificado e lesões corporais qualificadas.

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