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Itália tem primeiros investigados por terremoto em Amatrice

Após quase um ano, cinco pessoas se tornaram as primeiras investigadas por conta do terremoto de magnitude 6.0 na escala Richter que devastou a cidade de Amatrice, no centro da Itália, em 24 de agosto do ano passado.

Os suspeitos são funcionários da Província de Rieti, onde fica o município, da Prefeitura e da empreiteira responsável pela construção de casas populares que desabaram com o tremor de terra.   

A lista inclui Ottaviano Boni, diretor técnico da construtora Sogeap; Luigi Serafini, CEO da empresa; Franco Aleandri, presidente pro tempore do Instituto Autônomo para as Casas Populares da Província de Rieti; Maurizio Scacchi, topógrafo responsável por fiscalizar obras públicas; e Corrado Tilesi, ex-secretário municipal de Amatrice.   

As habitações haviam sido levantadas nos anos 1970, e suas quedas mataram 22 das 238 vítimas do sismo na cidade. Ao todo, o terremoto de 24 de agosto deixou 299 mortos, incluindo os falecimentos em Accumoli e Arquata del Tronto. Segundo o procurador da República em Rieti, Giuseppe Saieva, as casas foram “mal construídas”. “Eles economizaram, um problema de custos e lucros.

O fato de que se trate de obras feitas pelo Estado nos machuca” declarou Saieva à emissora pública “Rai”.   

Já o também procurador Rocco Montuori disse que, do jeito que foram feitas, “as casas desabariam com qualquer terremoto”. O inquérito aponta que todas as pilastras das residências eram “muito finas, com espessura de 20 centímetros e armaduras exíguas”.   

Os cinco suspeitos responderão por desastre, lesões e homicídios culposos, quando não há a intenção de cometer o crime. O inquérito sobre o tremor de Amatrice foi aberto logo depois da tragédia, mas até agora não havia nenhuma pessoa inscrita na lista de investigados.   

Com apenas 2,6 mil habitantes, a cidade fica na região do Lazio, no centro da Itália, e foi a mais atingida pela série de terremotos iniciada em 24 de agosto. Passado quase um ano, a sequência sísmica continua ativa e já deixou 333 vítimas, além de ter provocado mais de 23 bilhões de euros em danos.

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