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Justiça da Itália revoga prisão do cineasta Paul Haggis

O cineasta e roteirista canadense Paul Haggis teve a prisão revogada na Itália após mais de duas semanas detido sob acusação de violência sexual e lesões agravadas contra uma mulher inglesa.

Segundo a denúncia, os abusos teriam sido cometidos em uma residência alugada em Ostuni entre os dias 12 e 15 de junho.

A decisão foi tomada pela juíza Vilma Gilli, do Tribunal de Brindisi, que aceitou o pedido da defesa da revogação da prisão apresentada pelo advogado do vencedor do Oscar de 2006 por “Crash – No Limite” no último dia 30.

Um dia antes, tanto a jovem como Haggis passaram por cerca de oito horas prestando depoimentos. A mulher já retornou para Londres.

Gilli afirmou que, após os depoimentos dos envolvidos, “não só foi confirmada a falta de comportamentos violentos por parte do investigado para consumar os atos sexuais, mas revelou um caso complexo que faz desaparecer o juízo expressado na ordem de detenção”.

Na decisão para mantê-lo preso, a magistrada havia citado a “incapacidade de Haggis de resistir aos próprios instintos sexuais”.

A magistrada ainda afirmou que “as modalidades de encontro entre o investigado e a pessoa ofendida, a permanência espontânea [da mulher] na casa do indagado e também sucessivamente após os abusos, os momentos de convivência entre eles durante os dias ou a ordem das mensagens dos próprios compromissos/deslocamentos, as modalidades de despedida adotadas pela parte lesada, são expressões de uma complexidade de interações entre as partes”.

No entanto, ressalta que é preciso “aprofundar a investigação sobre essas relações”, mas que no momento “não há mais o juízo negativo sobre a personalidade de Haggis em exercitar violência, física ou psicológica, contra terceiros”.

O Ministério Público de Brindisi acusa o diretor de ter mantido relações sexuais forçadas com a mulher, que tem cerca de 30 anos, durante dois dias. Haggis estava em Ostuni para participar do festival de cinema Allora Fest.

No dia 19 de junho, o canadense levou a mulher para o aeroporto Papola Casale, apesar das “precárias condições físicas e psicológicas” que ela apresentava.

No local, a vítima foi auxiliada por funcionários e policiais após ser encontrada em estado de choque. Os próprios agentes levaram a mulher para um hospital onde o protocolo de violência sexual foi ativado.

Câmeras de segurança do aeroporto mostraram que o cineasta deixou a mulher na entrada do local e foi embora. A defesa de Haggis sempre negou as acusações e disse que as relações sexuais ocorridas foram “consensuais”.

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