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Justiça vai processar sacerdote italiano que luta pela Amazônia

Um sacerdote italiano que há anos luta junto aos índios da região amazônica peruana será processado na próxima semana no país, acusado de instigação à revolta.

 

A acusação pode inclusive ser estendida ao crime de terrorismo, e o religioso também corre o risco de ser expulso do Peru.

 

O padre Mario Bartolini, de 70 anos, ameaçado de morte, mora na Amazônia peruana há 31 anos e dirige a paróquia de Barranquita, uma aldeia sem luz.

 

Sacerdote missionário, Bartolini se converteu em uma figura carismática para os moradores da região, graças a uma pequena emissora de rádio, a "Voz de Cainarachi".

 

Em algumas de suas intervenções na rádio, o sacerdote convidou a população a se opor à exploração da Amazônia feita pelo governo peruano.

 

Bartolini foi denunciado e ameaçado de morte mais de uma vez por dificultar os planos do grupo Romero, multinacional do biodiesel que opera no território de sua paróquia.

 

Segundo o sacerdote, a empresa corta selva virgem para cultivar plantas oleosas que contribuem para a destruição da Amazônia, já golpeada por uma crescente contaminação, com graves consequências à saúde da população, sobretudo das crianças.

 

A batalha de resistência dos moradores locais contra a exploração da região resultou na repressão policial ocorrida na última sexta-feira, na estrada Fernando Belaunde Terry, bloqueada há mais de dez dias pelos manifestantes.

 

A polícia chegou ao local com tanques e helicópteros, enquanto os indígenas responderam com lanças e pedras, em confrontos que causaram a morte de mais de 30 pessoas, enquanto cerca de 100 estão desaparecidas.

 

Bartolini, no entanto, assegurou que o protesto inicial era um movimento totalmente pacífico, ao contrário do que afirma o governo.

 

O religioso ainda assegurou que "a Igreja Católica está comigo" e "do lado dos pobres". "Mas é o governo peruano quem tem a palavra", completou.

 

Fonte: Ansa

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