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Ligação telefônica de Silvio Berlusconi interceptada em investigação gera polêmica na Itália

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que iria embora do país durante uma ligação telefônica interceptada no último dia 13 de julho e usada em investigações da Procuradoria de Nápoles. "Em alguns meses irei embora desse país de m… .Ponto e basta", disse Berlusconi, em uma conversa com Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti!. De acordo com as autoridades locais, o áudio é "relevante" por provar a "especial proximidade" entre o premier e o editor, que está sendo investigado em um caso de extorsão.

A ligação dura 13 minutos e o principal assunto da conversa são os processos judiciais contra Berlusconi. O premier, por sua vez, nega as acusações contra ele. 

"Eu sou assim, transparente, limpo nas minhas coisas. Não há nada que possa me incomodar, entendeu? Sou uma pessoa que não faz nada que possa ser assunto de notícias criminais. Estou absolutamente tranquilo", disse o chefe de Governo no telefonema a Lavitola.

Autoridades da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) de Nápoles prenderam o casal italiano Giampaolo Tarantini e Angela Devenuto sob acusação de cumplicidade em crime de extorsão de forma continuada. 

De acordo com a imprensa italiana, mais três nomes estão sendo investigados, entre eles o de Valter Lavitola. 

A detenção foi executada sob mandado de prisão cautelar emitido pela juíza de Nápoles, Amelia Primavera. 

A investigação foi antecipada pelo semanário italiano Panorama em sua edição do dia 24 de agosto. Segundo a revista, a Procuradoria de Nápoles trabalha com a hipótese de que Tarantini recebeu € 500 mil para evitar que o nome de Berlusconi aparecesse em um processo judicial no qual o italiano era o único investigado. 

A acusação é que o dinheiro foi usado para Tarantini negar que o premier sabia o que acontecia em algumas festas e impedir que o processo se tornasse público, o que acarretaria a difusão de escutas telefônicas que poderiam comprometer Berlusconi. 

As investigações estão a cargo dos procuradores Henry John Woodcock, Francesco Curcio e Vincenzo Piscitelli. 

Em declarações à revista, o premier negou ter sido vítima de extorsão e declarou que "ajudou uma pessoa [Tarantini] e uma família com filhos que enfrentava e enfrenta graves dificuldades econômicas".

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