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Mais de 1.800 imigrantes morreram afogados, alerta entidade católica

Pelo menos 1.820 imigrantes, em sua maioria africanos, se afogaram no mar Mediterrâneo apenas nos primeiros seis meses de 2011, segundo estimativas reveladas nesta quinta-feira (16) pela comunidade católica São Egídio, em Roma.

A maioria dos mortos, 1.633, se dirigia à ilha italiana de Lampedusa, no arquipélago das Pelágias, no mar Mediterrâneo e situada a 205 km da ilha da Sicília e a 113 km de Tunísia, segundo cálculos da São Egídio.

Dezenas de milhares de imigrantes e refugiados africanos chegaram este ano à ilha italiana de Lampedusa no sul da Itália. A maioria fugia de países como Tunísia e Líbia, palcos de uma intensa instabilidade política no norte da África.

Segundo números do Ministério do Interior italiano, em torno de 42 mil imigrantes africanos desembarcaram este ano na Itália, sendo 18.374 vindos da Líbia.

Boa parte dos imigrantes, sobretudo aqueles procedentes de Somália, Eritreia e Etiópia, foge da guerra em seus próprios países ou do conflito na Líbia, onde trabalhavam ou viviam em campos para refugiados.

As condições da travessia costumam ser terríveis, pois viajam em embarcações velhas, superlotadas e guiadas por traficantes de seres humanos que os abandonam em frente à costa européia, de acordo com a entidade.

Ato religioso pede mais solidariedade a europeus

Segundo a São Egídio, o número de mortos real pode ser muito maior, já que algumas embarcações naufragaram sem que houvesse testemunhas.

A entidade, que dá assistência aos imigrantes tanto legais quanto ilegais na Itália, organizou uma vigília de orações em homenagem aos mortos. O ato, chamado “Morrer de esperança”, homenageia as centenas de imigrantes que se afogaram durante os naufrágios de vários barcos superlotados que tentavam chegar ao continente europeu.

A celebração, presidida pelo monsenhor Antonio Maria Veglio, presidente do Conselho Pontifício para os Migrantes, pretende mexer com consciência dos europeus para que sejam mais solidários.

Segundo o religioso, a comunidade europeia não pode se calar para as mortes de inocentes.

– A morte de uma única pessoa nessas condições representa uma derrota para todos e não se pode ser indiferente diante disso.

Vários movimentos políticos europeus, entre eles o italiano Liga Norte, protestam contra a presença de tantos imigrantes na Europa e pressionam para que adotem medidas severas contra esse fenômeno.

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