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Mattarella e Macron discutem migração e apoio à África em Paris

Os presidentes da Itália, Sergio Mattarella, e da França, Emmanuel Macron, se reuniram no Palácio do Eliseu, em Paris, e debateram, entre outros temas, assuntos ligados à migração e aos investimentos na África.

“Na Itália, alguns se iludem que podem colocar um cartaz ‘proibido o ingresso'” da África, disse Mattarella durante a reunião com o francês. Para o presidente italiano, o apoio aos africanos “é uma exigência”, além de uma “obrigação também no histórico de solidariedade”.

O chefe de Estado reforçou sua posição de que é preciso ajudar “concretamente” os países africanos para dar condições de desenvolvimento que impeçam que as pessoas queiram deixar suas nações.

Por sua vez, durante a coletiva, Macron foi mais sucinto e focou mais a fala na questão da Líbia. A ex-colônia italiana vive uma crise civil e política e é de lá que muitos barcos partem para a Europa.

“Houve fricções que acredito que ficaram no passado. Agora, trabalhamos de maneira próxima e já há resultados”, pontuou o francês. Com Mattarella, “houve uma plena coordenação sobre a solidariedade europeia” e “no ano passado, em particular no verão de 2020, nós tivemos juntos uma vontade forte de construir uma ambição europeia compartilhada”.

“O ano que acabou de passar colocou uma luz na vontade forte de Alemanha, Itália e França de trabalhar juntos e construir uma ambição europeia. Nós fizemos isso para responder à crise, para sustentar uma política europeia de compra de vacinas [contra a Covid-19] e para construir uma capacidade europeia de produção de vacinas. Nós, em matéria europeia, temos uma ambição compartilhada, de uma Europa mais justa, mais verde, que deixa espaço para os jovens”, acrescentou.

Durante a coletiva, Mattarella ainda destacou que essa era a “primeira viagem para o exterior depois da pandemia e estou feliz que seja na França”. “Itália e França tem uma ligação única que se baseia em valores compartilhados e história comum”, pontuou.

Por sua vez, Macron afirmou que seu país estava “acolhendo um grande amigo e uma grande personalidade”, referindo-se ao líder italiano, e disse que nem a crise sanitária provocada pelo coronavírus Sars-CoV-2 fez com que ambos parassem de “trabalhar juntos” já que “Itália e França ficaram perante à mesma situação com 10 dias de diferença”.

As duas nações foram as mais afetadas pela Covid-19 na União Europeia quando se analisam os números absolutos, sem analisar a proporcionalidade em relação à população. Os franceses ficam em 4º lugar no número de casos e em 8º no número de mortes no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Já os italianos ficam em 10º e 7º lugar, respectivamente.

Novo acordo

Em termos práticos, o encontro entre Macron e Mattarella resultou na aprovação do novo tratado bilateral de cooperação reforçada, que será chamado de Tratado do Quirinale, e “que permitirá consolidar a nossa relação”, segundo o chefe de Estado francês.

“O tratado permitirá oferecer aos povos e aos mais jovens, especificamente, novas perspectivas e permitirá que os jovens se empenhem juntos em um serviço civil franco-italiano”, acrescentou Macron.

“A parceria ítalo-francesa é fundamental para a Europa. Nós conversamos com Macron para intensificar nossas relações e, disso tudo, nasceu a exigência de um tratado de colaboração reforçada. A Itália acolhe com grande favo a proposta do serviço comum ítalo-francês para os jovens”, pontuou o líder italiano.

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