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Ministério Público denuncia 59 pessoas por queda de ponte em Gênova

O Ministério Público da Itália denunciou 59 pessoas pelo desabamento da Ponte Morandi, que deixou 43 mortos em agosto de 2018, em Gênova.

Entre os acusados estão ex-dirigentes da empresa Autostrade per l’Italia (Aspi), que detinha a concessão da via e era controlada pela família Benetton, mas foi reestatizada pelo governo italiano por causa da tragédia.

A lista de denunciados inclui o ex-CEO da Aspi Giovanni Castellucci e o ex-diretor de manutenções Michele Donferri Mitelli. O Ministério Público culpa essas 59 pessoas por crimes como múltiplo homicídio culposo (quando não há intenção de cometer o delito), homicídio rodoviário, atentado à segurança dos transportes, desabamento doloso (quando há intenção de cometer o delito) e omissão.

Três investigados, dos 71 iniciais, morreram antes da conclusão do inquérito. O MP também denunciou a Aspi e a Spea, empresa contratada para fazer a manutenção da ponte.

“Quem for condenado também terá de pagar as despesas processuais, incluindo o software que o Ministério Público usou para tratar os milhares de arquivos apreendidos e que custou 2 milhões de euros”, disse o procurador responsável pelo caso, Paolo D’Ovidio.

Uma perícia judicial divulgada em dezembro passado concluiu que o desabamento foi provocado pela corrosão em um dos cabos de sustentação da ponte. O relatório ainda aponta que o desastre poderia ter sido evitado se “os controles e manutenções tivessem sido feitos corretamente”.

A Ponte Morandi havia sido inaugurada em 1967 e consistia em uma estrutura estaiada, mas com as vias suspensas por tirantes de concreto, e não de aço, como é mais comum.

De acordo com os peritos, o processo de corrosão na armadura do tirante que causou a tragédia teve início logo nos “primeiros anos de vida da ponte” e progrediu de maneira ininterrupta até o desabamento.

A substituta da Ponte Morandi foi inaugurada em agosto do ano passado, com projeto do premiado arquiteto Renzo Piano, ao custo de 200 milhões de euros, valor bancado por um consórcio público-privado

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