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Motivado pelo Vaticano, Itália apreende documentos do Banco Finnat

A Guarda de Finanças (GdF) da Itália apreendeu documentos em Roma na sede do banco Finnat Euroamerica.

A ação foi um pedido das autoridades do Vaticano, através de uma carta rogatória, para a Justiça italiana para investigar possíveis crimes de acesso à informações confidencias do mercado e por lavagem de dinheiro.

Assim que recebeu a solicitação, a Corte de Apelação de Roma deliberou a medida e pediu que a GdF investigasse o caso. Os documentos apreendidos pelo Núcleo Especial da polícia serão agora repassados, sempre através da Corte de Roma, para os juízes vaticanos.

Há cerca de um mês, a Santa Sé interrogou o presidente da entidade, Gianpietro Nattino, para solicitar informações sobre diversas operações de compra e venda de títulos e demais transações do órgão.

As denúncias recaíram sobre Nattino após o monsenhor Nunzio Scarano, ex-funcionário da Administração do Patrimônio da Sede Apostólica (Apsa), ter revelado operações suspeitas cometidas no Vaticano pelo Finnat Euroamerica. Scarano também era investigado pela Procuradoria de Roma pelos mesmos crimes financeiros.

No dia 4 de novembro, o jornal "La Repubblica" e a agência de notícias Reuters revelaram um dossiê da Santa Sé sobre as finanças do Vaticano em um período anterior ao Pontificado do papa Francisco. A mando do Pontífice, a Autoridade de Informações Financeiras (AIF) da Igreja Católica revelou diversas operações suspeitas na administração dos órgãos que gerenciam o dinheiro do Vaticano.

Os crimes ocorriam, segundo as publicações, dentro da Apsa entre os anos de 2000 e 2011. A entidade ganhou um novo status de Jorge Mario Bergoglio em 2013, sendo um verdadeiro Banco Central da Santa Sé. A entidade é responsável por todo o dinheiro utilizado para manter o Vaticano e para pagar todos os funcionários do Estado.

De acordo com a Reuters, Nattino teria desviado "mais de dois milhões de euros" que teriam sido transferidos para a Suíça antes da reforma de Francisco. Depois das medidas implantadas pelo Sumo Sacerdote, a Apsa tem a obrigação de emitir boletins sobre gastos e investimentos de maneira transparente.

Na época de seu depoimento, o presidente da Finnat afirmou que era inocente e que estava "sereno e confiante" porque trabalhou "sempre com transparência e correção".

Esse é mais um escândalo no Vaticano no final de 2015. Poucas semanas antes de revelar os supostos crimes na Apsa, diversos documentos sigilosos de outro órgão da instituição, a Comissão de Estudos sobre as Atividades Econômicas (Cosea), vazaram para a imprensa e revelaram gastos de cardeais com despesas de moradia e reformas.

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