Diante da volta do aumento das taxas de juros dos títulos públicos e da queda na Bolsa de Milão, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano se manifestou, dizendo que "não basta invocar o crescimento".
Em um discurso no Palácio do Quirinale, sede da Presidência, ele destacou o tema "crucial" do relançamento do crescimento frente ao que considerou como "inquietantes e alarmantes dados econômicos" de ontem, dia que já foi batizado de "terça-feira negra" no mercado internacional.
"Estamos muito preocupados com o quadro internacional e europeu" por detrás da Itália, disse.
"Há um breve retorno de um clima muito invernal, mesmo nos mercados, e esperamos que possa ser rapidamente superado", analisou.
O presidente destacou que "é preciso estar claro que não basta invocar o crescimento através de invocações cotidianas um pouco chatas" e pouco "polêmicas".
Para Napolitano, o capítulo das medidas de austeridade ainda "não se fechou", defendendo o incentivo ao crescimento deve andar lado a lado com a "consolidação fiscal e o reequilíbrio das finanças públicas".
Ele ainda ressaltou que é preciso de forma "urgente", "dar maior atenção ao agravamento do sofrimento social das famílias, ao aumento da pobreza e ao risco de pobreza".
O Tesouro italiano colocou à venda 8 bilhões de euros em títulos com vencimento em 12 meses, que tiveram um rendimento de 2,84%, quase o dobro do rendimento do mês passado. Já os títulos trimestrais, totalizados em 3 bilhões de euros, tiveram um rendimento de 1,493%, quase o triplo com relação a março.
Com os leilões, a Bolsa de Milão subiu 2% e o spread com relação aos títulos alemães caiu de 400 pontos para 370.