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NAVIO COSTA CONCORDIA: Em interrogatório, Schettino diz que se aproximou de ilha por razão comercial

Acusado pelo naufrágio do Costa Concordia, o italiano Francesco Schettino admitiu que tem problemas de visão. Mas o oficial, que pode ser condenado a até 22 anos de prisão, afirmou que resolveu aproximar o navio de cruzeiro da ilha de Giglio por motivos "comerciais", e não "pessoais".

Em um interrogatório conduzido hoje, em Grosseto, pelo procurador Alessandro Leopizzi, Schettino negou que tenha tentado manobrar a embarcação perto da ilha para impressionar a bailarina e hostess Domnica Cemortan, apontada como affair do ex-comandante. "A aproximação da ilha favorece o aspecto comercial.

Várias vezes naveguei perto da ilha de Giglio", contou Schettino, que ficou conhecido como "o capitão covarde" por ter abandonado o navio antes que os passageiros, durante o naufrágio.

No entanto, o italiano confirmou que a mulher estava na cabine de comando na hora do acidente e ressaltou que, "geralmente, em cruzeiros, grupos de pessoas pedem para visitar a cabine e observar as operações de navegação". "No máximo, deixamos entrar uma dúzia de passageiros por vez", argumentou, explicando que se pagava entre 50 e 60 euros pela visita.

Questionado sobre a qualidade de sua visão, Schettino também contou que usa lentes de contato e frequenta um médico especialista duas vezes por ano.

Em seu interrogatório, o ex-comandante tentou se desvencilhar das acusações e apontar uma série de erros e omissões de seus suboficiais como o principal motivo do naufrágio. Ele chegou a acusar o timoneiro indiano Jacob Rusli Bin de falhar durante a navegação.

"Ou somos todos kamikazes, ou eles tinham medo de se comunicar, ou algum oficial mentiu para mim sobre a carta náutica", criticou Schettino, dizendo que em nenhum momento foi informado de que o navio já estava próximo da ilha de Giglio.

O Costa Concordia naufragou em 13 de janeiro de 2012, após colidir com rochas da ilha de Giglio. A embarcação tombou e ficou encalhada no local até meados de 2014, quando pôde ser rebocada graças a uma complexa operação náutica.

A Procuradoria de Grosseto, por sua vez, pretende pedir mais de 20 anos de prisão a Schettino, de acordo com o procurador Francesco Verusio.

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