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Nobel de Física faz apelo contra baixa natalidade na Itália

O físico teórico italiano Giorgio Parisi, vencedor do Nobel de Física em 2021, afirmou que a Itália sofre um sério problema com a queda da taxa de natalidade e precisa de todo tipo de medida para resolver a questão, incluindo uma ajuda fiscal.

“A Itália encontra-se numa armadilha demográfica: o número de nascimentos é cada vez menor, também devemos intervir através de ajudas fiscais”, disse Parisi durante discurso em um congresso médico na Academia Lincei de Roma.

O físico italiano considerou que “a taxa de natalidade na Itália também diminuiu em decorrência da pandemia, mas é difícil não pensar que isso não dependa da estrutura da sociedade italiana”.

“A Itália não é um país para os jovens”, acrescentou. Parisi citou também a “precariedade dos contratos juvenis”, que “se desenvolveu como um incêndio na Itália e este é um problema político fundamental a ser considerado”.

“Temos uma grande, substancial e constante emigração italiana de pessoas com elevada formação profissional e a razão deste fenômeno é clara para mim, talvez não para todos: um casal, para decidir ter um filho, deseja segurança econômica e que, com contratos precários, não existe”, ressaltou.

O Nobel de Física mencionou ainda os menores e os efeitos da emergência sanitária causada pela Covid-19, enfatizando que “há um enorme problema ético nas instituições com relação aos direitos das crianças”, ao mesmo tempo em que destacou a significativa mortalidade infantil no sul da Itália, quem em sua opinião é “evitável”.

“O aumento de 36% na mortalidade infantil no sul em relação ao norte e ao centro é um problema político e corresponde a um número considerável de mortes infantis evitáveis com melhores estruturas, como hospitais”, disse.

Para o italiano, “a morte de bebês e crianças ou a gravidez inacabada são desastres que afetam as famílias, que devem ser evitados e devem ser colocados em evidência política”.

A declaração é dada poucos dias após Parisi ser laureado com o meteorologista japonês Syukuro Manabe e o oceanógrafo alemão Klaus Hasselmann, pela descoberta da interação entre desordens e flutuações em sistemas físicos, de escalas atômicas até planetárias”.

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