Notícias

Notas das dívidas da Itália são reduzidas mais uma vez pela agência de classificação de risco Fitch

As notas das dívidas da Itália e da Espanha foram reduzidas nesta sexta-feira pela agência de classificação de risco Fitch. O rating da dívida de longo prazo da Itália foi rebaixado em um nível, de "AA-" para "A+". A Espanha teve sua nota reduzida de  "AA+" para "AA-". As notas podem ainda sofrer novo rebaixamento.

De acordo com a Fitch, o corte na nota da Itália se deve à intensificação da crise na zona do euro, que "constitui um choque financeiro e econômico significante, que enfraqueceu o perfil da dívida soberana da Itália".

No caso da Espanha, a agência esclarece que a redução também está relacionada à piora da crise europeia e ao fraco desempenho fiscal de algumas regiões do país. A redução das perspectivas de crescimento da economia espanhola no médio prazo também contribuiu para o rebaixamento.

Entenda

No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.

A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.

Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.

Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público – de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios