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“Nova” Alitalia estatal vai entrar em operação em outubro

Após a conclusão das discussões com a Comissão Europeia, o governo italiano anunciou que a Italia Trasporto Aereo (ITA), versão reestatizada da companhia de aviação civil Alitalia, vai entrar em operação no próximo dia 15 de outubro.

A ITA iniciará sua trajetória com uma frota de 52 aviões, quantia que será aumentada para 78 em 2022 e 105 até o fim de 2025, sendo que 81 deles serão de “nova geração”.

O plano industrial ainda prevê entre 2,75 mil e 2,95 mil funcionários na nova empresa, com o objetivo de chegar até 5,7 mil em 2025. A atual Alitalia tem 10,5 mil empregados, e sindicatos já se manifestaram e pediram uma reunião com o governo.

“É inaceitável que, de 10,5 mil trabalhadores, somente 2,75 mil a 2,95 mil sejam contratados no primeiro ano”, diz uma nota divulgada por associações sindicais do setor aéreo.

A companhia terá como hubs os aeroportos de Fiumicino, nos arredores de Roma, e Linate, em Milão, que cobrirão inicialmente 45 destinos (podendo chegar a 74 até 2025), incluindo Nova York, Boston, Miami, Washington, Los Angeles, Tóquio, São Paulo e Buenos Aires.

Além disso, a empresa vai operar em 21 aeroportos italianos. A marca Alitalia será vendida em uma licitação pública, da qual a ITA participará por considerá-la um “elemento imprescindível”.

A Alitalia pertence oficialmente à holding Compagnia Aerea Italiana (51%) e à Etihad Airways (49%), mas está sob intervenção do governo desde maio de 2017 por causa de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência.

Decretos aprovados no ano passado autorizam um aporte de até 3 bilhões de euros para reestatizar a companhia aérea, que será rebatizada como Italia Trasporto Aereo, ou ITA. A operação precisou do aval da União Europeia, que tem severas restrições a auxílios estatais para grupos privados.

A Alitalia já vem sobrevivendo desde 2017 graças a repasses do governo, situação que se agravou com a crise no setor aéreo provocada pela pandemia de Covid-19. Se não houvesse acordo com a UE, a empresa poderia ser liquidada.

Um porta-voz da Comissão Europeia, poder Executivo da UE, disse que Bruxelas se mantém em “estreito contato com as autoridades italianas para garantir que o lançamento da ITA como ator novo no mercado esteja em linha com as normas sobre ajudas de Estado”.

A UE, no entanto, ainda analisa a legalidade de empréstimos-ponte feitos pelo governo entre 2017 e 2019, totalizando 1,3 bilhão de euros, ação que ainda pode gerar punições à Itália.

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