O Parlamento de Itália dará início, na quinta-feira (18), ao processo de eleição do presidente da República. A escolha acontece num contexto de crise política, com os partidos intensificando as consultas a fim de encontrar um candidato capaz de reunir o apoio necessário.
As forças políticas italianas, até o momento, não alcançaram um acordo para a formação de um governo, após as eleições legislativas de 24 e 25 de fevereiro que não apresentaram vitória, sem maioria absoluta, à coligação de centro-esquerda de Pier Luigi Bersani.
O presidente, Giorgio Napolitano, 87 anos, encerra o seu mandato em 15 de maio próximo e a Constituição italiana prevê que a escolha presidencial seja iniciada com um mês de antecedência.
O chefe de Estado italiano é definido por uma assembléia de "grandes eleitores", constituída pelos 315 senadores, pelos 630 deputados e por 62 delegados das 18 regiões do país, num total de 1.007 votantes. A definição do processo de eleição requer, nas primeiras três votações, uma maioria de dois terços (671 votos). A partir da quarta votação, o presidente é eleito por maioria absoluta (504 votos).
Bersani, que não obteve maioria absoluta no Senado, afirmou que para a eleição presidencial devem ser respeitados os termos da Constituição que definem o presidente como alguém que "representa a unidade nacional".
Silvio Berlusconi, cuja coligação foi a segunda mais votada, defendeu uma posição semelhante, afirmando estar disposto a apoiar uma personalidade "da centro-esquerda", desde que o seu partido, PdL, seja contemplado na formação do Executivo.
O próximo presidente terá de decidir o que fazer para pôr fim ao atual impasse político. Ele deverá convocar uma nova rodada de consultas para a formação do novo governo ou, se ela fracassar, dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, que não poderão ser realizadas antes do final de junho.