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Papa Bento XVI destaca a festa de Pentecostes como um “bastião de união e entendimento humano”

Bento XVI destacou, no Vaticano, a festa do Pentecostes como um bastião de “união e entendimento humano” no meio de um mundo atual marcado pela “agressividade” e pelo “egoísmo”.

Na eucaristia que recordou a descida do Espirito Santo sobre os Apóstolos, que lhes deu a capacidade de evangelizar em várias línguas, o Papa chamou a atenção para a faceta competitiva e dominadora que tomou conta do Homem, à imagem daquilo que vem descrito na liturgia deste domingo, sobre a construção da Torre de Babel.

“A sociedade está a reviver a experiência de Babel, onde em lugar de trabalharem juntos, os homens estavam a competir uns contra os outros”, apontou Bento XVI, numa Basílica de São Pedro repleta de fiéis.

Na ânsia de se destacar na sociedade e de se “sobrepor às forças da natureza, manipulando-as até ao ponto da produção da vida humana”, o Homem afasta-se também de Deus, que passa a parecer algo “ultrapassado e inútil”, acrescentou.

Segundo o Papa, “é verdade que hoje aumentou a capacidade de comunicar, de obter e transmitir informação, mas aqui entra novamente Babel”.

“Será que se pode dizer que esses avanços contribuíram de facto para aumentar a capacidade humana de perceber o outro, ou paradoxalmente, hoje compreendemos cada vez menos?”, questionou.

No meio da “desconfiança” e do “medo” que marcam as relações humanas, o Pentecostes permanece como uma marca de "comunhão", uma língua de fogo que tem o dom de “transformar” aqueles que se mostram disponíveis para Deus.

“Com o Pentecostes, o medo desapareceu, as línguas dos discípulos se soltaram, para que todos pudessem entender a mensagem de Cristo crucificado e ressuscitado”, salientou Bento XVI.

A festa da dádiva do Espirito Santo, revivida 50 dias depois do primeiro domingo de Páscoa, lembra aos cristãos que só a força que vem de Deus permite contrariar as “fraquezas da carne” enumeradas por São Paulo, como o “egoísmo, a violência, a discórdia e a inveja”.

“Esses são pensamentos e ações que não vivem um amor verdadeiramente humano e cristãos”, sublinhou o Papa.

Para Bento XVI, o segredo de passar da dispersão de Babel para a unidade de Pentecostes está antes de mais na capacidade de cada homem acolher com humildade o “Espirito de comunhão fraterna e de verdade” que é proposto pela Igreja, em nome de Cristo.

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