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Papa Francisco cria lei para afastar bispos negligentes com pedofilia

O papa Francisco introduziu um novo processo legal que permite o afastamento e a destituição de bispos que tenham sido negligentes em casos de pedofilia e abusos sexuais. A lei foi publicada em formato de decreto apostólico Motu Proprio e foi incorporada ao direito canônico. O documento recebeu o nome de "Como uma mãe amorosa".

Com isto, os bispos que tenham conduzido mal qualquer investigação de pedofilia, ou tenham sido negligentes em algum processo, poderão ser tirados de seus cargos. O direito canônico já previa a destituição de religiosos se praticassem "causas graves", mas agora a "negligência" foi adicionada como fator de punição.

"Com o presente decreto, quero precisar que estas chamadas 'causas graves' incluem a partir de agora a negligência no exercício de suas funções, em particular no que diz respeito aos casos de abusos sexuais contra menores e adultos vulneráveis", escreveu o líder da Igreja Católica.

Para colocar a medida em vigor, foi criado um colégio de juristas que auxiliará o Papa antes de pronunciar a destituição de um bispo. Punição mais severa é um dos pedidos mais comuns de familiares e vítimas de pedofilia da Igreja Católica, que acusavam os bispos de acobertarem as práticas e apenas transferirem os sacerdortes para outras paróquias, em vez de denunciarem os crimes.

Desde que assumiu o Pontificado, em março de 2013, Francisco já pediu em várias ocasiões que haja tolerância zero com o que ele define como "tragédia". Ele também recomendou que os bispos que protegem casos de abusos renunciem. A nova medida vem no mesmo ano em que o filme "Spotlight: Segredos Revelados" venceu o Oscar. O longa narra a história real de um grupo de jornalistas que desvendou um escândalo de pedofilia na Igreja Católica dos Estados Unidos.

Francisco acolheu uma recomendação do Conselho de Cardeais e aprovou o estatuto e a criação do novo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que abrangerá o atual Pontifício Conselho para os Leigos e para a Família. O novo organismo unirá o conselho existente e a Pontifícia Academia pela Vida. Em uma audiência no Vaticano, o Papa refez ainda o frequente pedido de orarem por ele.

"Peço para rezarem por mim, para que eu não escorregue e tenha o calor missionário de seguir adiante", disse a representantes de obras de caridade e missões. (Ansa)

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