Catolicismo Romano

Papa se reúne com judeus eslovacos e condena antissemitismo

O papa Francisco se reuniu com diversos membros da comunidade judaica da Eslováquia no Museu do Holocausto, em Bratislava, e condenou tanto o assassinato em massa de judeus durante a Segunda Guerra Mundial como todas as formas de antissemitismo.

“Estamos unidos na condenação de cada forma de violência, cada forma de antissemitismo, e no empenho para que não seja profanada a imagem de Deus na criatura humana. Caros irmãos e irmãs, a vossa história é a nossa história, as vossas dores são as nossas dores”, disse o líder católico.

Segundo o Pontífice, “o nome de Deus foi desonrado: na loucura do ódio, durante a Segunda Guerra Mundial, mais de cem mil judeus eslovacos foram assassinados; depois, quando quiseram cancelar os traços da comunidade, a sinagoga daqui foi demolida”.

Francisco se referia aos registros históricos, que apontam que cerca de 105 mil judeus do país foram mortos pelos nazistas.

Em 1969, já bem após a Guerra, a sinagoga Neolog foi destruída pelo governo comunista, assim como todo o bairro judeu, para a construção da ponte de insurreição nacional. A sinagoga havia sido construída de 1893 e era o ponto de referência da comunidade judaica no país.

“O nome divino, ou seja, sua própria realidade pessoal, é nomeado em vão quando se viola a dignidade única e inigualável do homem, criado a sua imagem. Aqui, o nome de Deus foi desonrado porque a pior blasfêmia que se pode fazer é usar o nome dele para seus próprios propósitos, ao invés de respeitar e amar os outros”, adicionou.

Em seu discurso, Jorge Mario Bergoglio destacou que “aqui, diante da história do povo judaico, marcada por esse afrontamento trágico e inenarrável, nos envergonhamos de admitir: quantas vezes o nome do Altíssimo foi usado para atos impronunciáveis de desumanidade”. “Quantos opressores declararam ‘Deus está conosco’, mas eram eles que não estavam com Deus”, pontuou.

O papa Francisco ainda agradeceu que a comunidade judaica “abriu as portas” para sua visita e lembrou que o Vaticano criou, em 2017, um órgão que representa as comunidades cristãs católicas e judaicas.

“É bom compartilhar e comunicar o que nos une. É bom prosseguir, com verdade e sinceridade, no percurso fraterno de purificação da memória para sanar as feridas do passado, como na recordação do bem recebido e oferecido. Segundo o Talmud, quem destrói um só homem, destrói o mundo, e quem salva um homem, salva o mundo inteiro. Cada um conta e conta muito o que vocês fazem através de preciosa contribuição”, acrescentou.

O líder da Igreja Católica ainda destacou que a humanidade está precisando de “mais portas abertas” e que elas são sinais de “bênçãos” para o mundo.

“Aqui, nessa terra eslovaca, terra de encontro entre leste e oeste, entre norte e sul, a família dos filhos de Israel continue a cultivar essa vocação, essa chamada a ser um sinal de bênção para todas as famílias da terra, em meio a tanta discórdia que polui nosso mundo. Shalom”, finalizou.

Durante o encontro, Francisco ouviu relatos de uma religiosa que pertence a uma organização católica que ajudou os judeus durante a Segunda Guerra Mundial e relatos de líderes religiosos locais.

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