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Parlamento da União Europeia tira imunidade de dois deputados por “caso Catar”

O plenário do Parlamento Europeu aprovou a revogação da imunidade parlamentar do belga Marc Tarabella e do italiano Andrea Cozzolino que, segundo uma investigação da Procuradoria de Bruxelas, estão envolvidos em um escândalo de corrupção com propina do Catar.

O voto para ambas as revogações foi feito com os eurodeputados levantando o braço, em uma votação simples. Tarabella, que estava no plenário, também votou a favor da perda da imunidade – Cozzolino não compareceu.

Após a votação, o belga afirmou que votou pela retirada do benefícios “para que a justiça faça o seu trabalho”. “Terei a possibilidade de me manifestar e poderei responder aos ataques da imprensa”, disse aos jornalistas após a sessão.

Já Cozzolino, que tinha se manifestado também em prol da retirada da imunidade, disse através de seus advogados Federico Conte, Dezio Ferraro e Dimitri De Becó, que continua a afirmar que é “estranho” aos fatos investigados e que se defenderá “em todas as sedes, como já fez na Comissão, para que a verdade possa aparecer”.

A nota da defesa ainda aponta que o Parlamento Europeu “falhou” em atuar contra o escândalo e que agora confia em uma investigação “que se desenvolve a partir de um arrependimento interessado, pronto e conveniente que a nossa experiência judiciária em assuntos do tipo nos faz observar com suspeita e ceticismo”.

A fala sobre o “arrependimento” refere-se ao ex-eurodeputado italiano Antonio Panzeri, apontado pelas autoridades belgas como a “alma” do esquema de suborno e compra de votos. O político está preso desde 9 de dezembro, quando a polícia fez uma série de detenções e operações de busca e apreensão, e firmou um acordo judicial para colaborar com a investigação em troca de uma pena reduzida.

Além de Panzeri, outras três pessoas ligadas ao esquema continuam detidas: Giorgi Francesco, ex-assessor do grupo parlamentar Socialistas & Democratas (S&D) e marido da ex-vicepresidente do Parlamento, Eva Kaili, que também segue presa; e o italiano Niccolò FigaTalamanca, diretor da ONG No Peace Without Justice.

Entre as revelações de Panzeri já tornadas públicas, o ex-eurodeputado informou que ele e Giorgi atuavam “em uma iniciativa de lobby e buscavam parlamentares que estivessem disponíveis a apoiar certas posições em prol do Catar”. Já o dinheiro que chegava a eles era lavado no Marrocos por conta de contatos do italiano.

Panzeri afirmou ainda que deu dinheiro para Tarabella “mais de uma vez” em valores que totalizam “entre 120 mil euros e 140 mil euros”. Já sobre Cozzolino, não afirmou que houve pagamento de suborno, mas disse que ele estava envolvido no caso.

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