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Presidentes de Itália e França tentam esfriar crise

Os presidentes da Itália, Sergio Mattarella, e da França, Emmanuel Macron, conversaram por telefone para tentar colocar panos quentes na crise diplomática por causa da emergência migratória no Mediterrâneo.

De acordo com comunicado conjunto, Mattarella e Macron destacaram a “grande importância das relações” entre os dois países e a “necessidade de implantar condições de plena colaboração em todos os setores”, em âmbito bilateral e na União Europeia.

A nota, no entanto, não faz menção à crise entre a França e o governo da premiê da Itália, Giorgia Meloni, que está no cargo há menos de um mês.

Na semana passada, o governo francês autorizou o desembarque do navio humanitário Ocean Viking, da ONG SOS Méditerranée, que havia socorrido 234 pessoas no Mediterrâneo Central no fim de outubro e fora recusado pela Itália, país europeu mais próximo do local dos resgates.

Em contrapartida, o governo Macron suspendeu um acordo para acolher 3,5 mil solicitantes de refúgio que vivem na Itália e aumentou os controles na fronteira entre os dois países. Meloni, por sua vez, qualificou a reação de Paris como “agressiva e injustificável”.

De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 90,3 mil migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, crescimento de 56% sobre o mesmo período do ano passado.

A maior parte dessas pessoas, no entanto, segue viagem rumo a países ao norte, como a Alemanha e a própria França, que até agosto contabilizavam 238,7 mil e 134,4 mil solicitantes de refúgio, respectivamente, segundo o gabinete de estatísticas da UE, contra 61,8 mil da Itália.

Já o último relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) aponta que, no fim de 2021, a França abrigava cerca de 500 mil refugiados, contra 145 mil da Itália.

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