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Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi diz que moção da Unesco sobre Israel é “alucinante”

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, criticou a resolução aprovada pela Unesco que irritou Israel e definiu o caso como "alucinante e errado". "Acho a decisão da Unesco incompreensível e errada. Não se pode continuar com estas moções, na ONU ou na Unesco, para atacar Israel. É alucinante. Pedi [ao gabinete italiano] que parem com estas posições. Se for preciso romper com a unidade europeia, que se rompa", disse o premier italiano, em entrevista à rádio RTL.   

Há uma semana, a Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) aprovou formamente uma resolução sobre Jerusalém Oriental promovida por países árabes em nome da proteção do patrimônio cultural palestino. O texto considera ilegal a anexação de Jerusalém Oriental por Israel, que ocupa a cidade e suas muralhas desde 1967. É ali, neste local inscrito na lista de patrimônio mundial da Unesco, que fica a Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar mais sagrado do Islã, mas que é também o local mais importante para os judeus, que o chamam de Monte do Templo.   

Para o governo israelense, a resolução nega o elo judeu com o Monte do Templo e critica as autoridades por restringir o acesso de muçulmanos ao local. Ofendido com a medida da Unesco, Israel anunciou no dia seguinte à votação a suspensão das relações com o organismo da ONU. O texto foi apresentado pelos palestinos com o apoio do Egito, Argélia, Marrocos, Líbano, Omã, Qatar e Sudão, e foi aprovado com voto contrário dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Lituânia, Estônia e Holanda. O representante italiano na Unesco se absteve. A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, defendeu a resolução e disse que o patrimônio de Jerusalém é "indivisível" e "toda comunidade tem o direito ao explícito reconhecimento da sua história e da sua ligação com a cidade". "Negar, esconder ou querer cancelar qualquer tradição, seja ela judaica, cristã ou muçulmana, significa colocar em perigo a integridade do lugar, vai contra os motivos que justificam a sua inscrição na lista de patrimônio mundial", ressaltou Bokova. Na mesma entrevista desta sexta-feira, Renzi também comentou as negociações entre a Itália e a União Europeia sobre a manobra financeira que o país pretende usar no próximo orçamento para ter mais flexibilidade de investimento.   

De acordo com o premier, a manobra não será mudada, mesmo que a UE peça novas diretrizes. "A substância da manobra não muda. Ela dá 2 bilhões de euros a mais à saúde, isto não é nem de direita, nem de esquerda, é uma medida concreta e não será mudada por nada", disse Renzi. "A UE terá observações a fazer, e nós escutaremos, mas esta manobra tem o déficit mais baixo dos últimos 10 anos. Estamos nos esforçando e queremos dar um sinal verdadeiro para os cidadãos, e não para a tecnocracia de Bruxelas", criticou. (Ansa) 

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