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“Ridículo”, diz empresa Ryanair sobre ação da Itália contra voos caros

O CEO da Ryanair, Eddie Wilson, classificou como “ridículo” o projeto de lei formulado pelo governo italiano para tentar reduzir os preços das passagens aéreas.

“É ilegal e interfere com o livre mercado, segundo as leis europeias. É uma coisa populista.Tentaram isso em Moscou em 1917”, declarou à agência Ansa, comparando a Itália com a União Soviética.

O texto redigido pelo Executivo, que ainda passará pelo crivo do Congresso italiano, pretende limitar o uso de algoritmos para determinar os preços dos voos.

O governo culpa o recurso usado pelas empresas por uma alta de preços verificada nos últimos meses, especialmente nas rotas que ligam o continente às ilhas da Sicília e Sardenha.

Se aprovada, a lei irá banir o uso de algoritmos para a venda de passagens com origem ou destino nessas ilhas; para a venda nos períodos de pico de demanda por razões sazonais; e nos casos em que os algoritmos levem a um aumento de preço superior mais de 200% à média.

“O decreto precisa ser cancelado. Se não for, haverá um impacto na habilidade da Ryanair de trabalhar na Itália”, disse Wilson.

A empresa irlandesa de voos de baixo custo é a principal operadora da Itália, concorrente da nacional ITA Airways.

Na entrevista, Eddie Wilson também respondeu a uma declaração do governador da Sicília, Renato Schifani, que disse que a Ryanair estava envolvida em um “cartel de preços”.

“Não aceito ser insultado. A Ryanair já alcançou mais de 185 milhões de passageiros porque abaixamos o preço e oferecemos valor, não precisamos falar com companhias incompetentes.

Nunca falei com ninguém na ITA. Essas afirmações não são nada além de lixo”, declarou. Em tréplica, Schifani disse: “Explique aos milhões de sicilianos se não é escandaloso o comportamento de quem aproveita uma situação de pouca concorrência, diria até de monopólio, para prejudicar uma população inteira com preços exorbitantes”.

“‘Lixo’ são as condutas que já denunciamos. Forçar os sicilianos a pagar preços exorbitantes quando precisam viajar para o Natal, em agosto ou quando não podem planejar com antecedência. Essa arrogância impede qualquer tipo de mediação”, acrescentou.

Eddie Wilson também negou o uso de algoritmos para regular os preços: “Não perfilamos nossos clientes. Quem diz isso assistiu Netflix demais, não vive no mundo real. Nós começamos [a venda de passagens de cada voo] com os preços mais baixos e vamos progressivamente aumentando”.

Também nesta quarta-feira, ele se reuniu com o ministro das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso, que disse que “há espaço para melhorar o decreto”.

“O CEO nos apresentou planos importantes de desenvolvimento da companhia para o país, e os problemas que enfrenta. Estou disposto a encontrar outras empresas para ver se a medida pode melhorar quando for levada como projeto de lei ao Parlamento”, concluiu.

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