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Chargista brasileiro culpa Sisi por morte de italiano

O cartunista brasileiro Carlos Latuff, também conhecido pelo seu ativismo no Oriente Médio, publicou uma charge ironizando a morte do estudante italiano Giulio Regeni, 28 anos, a quem chamou de "mais uma vítima do reino de terror de Al Sisi no Egito".

 

O desenho foi divulgado pelo site palestino "Rassd News" e mostra Regeni deitado sobre uma poça de sangue, enrolado em uma bandeira da Itália e ao lado de outros corpos dentro de um camburão da polícia egípcia, cuja traseira simula o mapa da nação africana.

 

O estudante foi encontrado morto no Cairo após dias desaparecido. O corpo tinha sinais de tortura, marcas de ferida e estava totalmente nu na parte de baixo. Natural de Fiumicello, no norte da Itália, Regeni estava no país para desenvolver uma tese sobre economia, mas também contribuía com o jornal comunista italiano "Il Manifesto".

 

Em seu último artigo, publicado após sua morte, ele acusava o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, de obter o controle do Parlamento com o "maior número de policiais e militares da história do país, enquanto o Egito está na parte inferior de todas as classificações mundiais sobre respeito à liberdade de imprensa".

 

A matéria também mostra como sindicatos independentes tentam manter-se vivos na nação africana, que permite a existência de uma única entidade sindical, a Etuf, fiel a Sisi. Além disso, Regeni diz em seu texto que o presidente assumiu o poder graças a um golpe militar, o mesmo que derrubou Mohamed Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana. Antes de morrer, ele pedira para o jornal publicar o artigo sob um pseudônimo.

 

Em conversa por telefone com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, Sisi prometeu realizar "todos os esforços" para solucionar o caso. Os dois países mantêm boas relações desde a ascensão do atual presidente, a quem o premier considera um "parceiro estratégico".

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