O clima político na Itália, a poucas horas do encerramento da campanha para as eleições locais, que se realizarão no domingo (15) e na segunda-feira (16), voltou a se aquecer a respeito do principal desafio: a eleição do novo prefeito de Milão.
Na capital econômica do país, se enfrentam a prefeita de saída da centro-direita, Letizia Moratti, e o desafiante da centro-esquerda, Giuliano Pisapia, mas nas listas oficiais quem está à frente é a candidata do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Depois de um ano marcado por fortes abalos na ala governista – da cisão entre o premier e seu ex-aliado Gianfranco Fini, ao caso Ruby e passando pela leva de imigrantes ilegais e as tensões relacionadas à Líbia, a votação deste fim de semana é um teste político da maior importância para todos os partidos.
Em Milão, onde a oposição sonha em roubar a Berlusconi o controle da cidade, o confronto se avivou com o único debate televisivo entre Moratti e Pisapia, durante o qual a prefeita de saída, no último momento, acusou o desafiante de ter tido problemas com a justiça.
Moratti lembrou que no fim dos anos 70, quando militava na extrema-esquerda, Pisapia foi investigado e até mesmo indiciado, embora posteriormente absolvido, da acusação de roubar uma van que seria usada por membros de um grupo armado (o Prima Linea) para um sequestro, que foi frustrado.
Criticada por ter dito que seu adversário fora condenado pela justiça, o que não é verdade, Moratti respondeu que estava interessada em destacar que "não se pode considerar moderada a história de uma pessoa que, naqueles anos, era muito próxima dos ambientes terroristas".
