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Espionagem contra Berlusconi é “inaceitável”, diz ministra italiana das Relações Institucionais

A ministra italiana das Relações Institucionais, Maria Elena Boschi, afirmou que a suposta espionagem feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos em conversas de autoridades italianas é "inaceitável".

"Para nós, é inaceitável uma atividade interceptativa a um governo aliado aos Estados Unidos. É preciso um urgente aprofundamento da questão", afirmou a representante do governo durante sessão na Câmara dos Deputados.

Ela foi a escolhida para responder perguntas dos parlamentares sobre o caso.

De acordo com Boschi, "as notícias relatadas confirmam o que já era conhecido sobre o interesse das agências norte-americanas contra as instituições europeias e aos governos europeus". A ministra ainda relatou que, no passado, o governo já havia verificado "com nossos serviços e com canais técnicos diplomáticos" que não havia "nenhuma violação de privacidade dos italianos e nem havia sido comprometida a segurança dos líderes do governo".

Renato Brunetta, líder do partido Força Itália (FI) do qual Berlusconi é presidente, pediu para que Boschi instaure uma comissão parlamentar de inquérito para avaliar a denúncia sobre a suposta espionagem.

"O que aconteceu conosco quando estávamos no governo pode acontecer com vocês. Está acontecendo na Itália e é bom proteger a soberania de nossas instituições", disse Brunetta agradecendo a ministra pela sua "clareza' nas respostas.

O site Wikileaks revelou que a Special Collection Service (SCS), que é uma unidade especial da NSA, interceptou conversas telefônicas do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, em 2011, além de ter interceptado ligações do secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon.

O portal afirma que os telefonemas feitos por Berlusconi a seus colaboradores, e também a líderes políticos, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foram monitorados pelo SCS. Em particular, uma conversa entre o então premier e o ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, foi inserida nos relatórios.

Nela, o francês afirmava que "as instituições financeiras do país poderiam 'explodir' como uma rolha de champanhe e que as palavras não servem mais".

Por causa do escândalo, o Ministério das Relações Exteriores da Itália convocou o embaixador norte-americano, John Phillips, para obter esclarecimentos sobre o caso.

– Investigação Procuradoria:
Segundo fontes do governo, a Procuradoria de Roma abriu uma investigação sobre o caso. O capítulo, chamado de "atos relativos a", ou seja, sem a hipótese de crime ou de investigados, contém uma série de matérias de imprensa dedicadas ao vazamento dos dados.

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