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Ministro da economia descarta “moeda paralela” na Itália e irrita vices

Giovanni Tria disse que deu parecer negativo à proposta

O  ministro da Economia da Itália, Giovanni Tria, descartou uma proposta do partido de extrema direita Liga, do vice-premier Matteo Salvini, para criar uma espécie de moeda paralela para pagar dívidas da administração pública.

Durante reunião de ministros da Economia do G20 em Fukuoka, no Japão, Tria disse que sua pasta já deu parecer negativo para o projeto. Segundo ele, os chamados “minibots” não podem ser interpretados como dívida, portanto devem ser tratados como uma moeda alternativa. “Então não podem ser feitos”, declarou.

Durante reunião de ministros da Economia do G20 em Fukuoka, no Japão, Tria disse que sua pasta já deu parecer negativo para o projeto. Segundo ele, os chamados “minibots” não podem ser interpretados como dívida, portanto devem ser tratados como uma moeda alternativa. “Então não podem ser feitos”, declarou.

O posicionamento do ministro faz eco ao presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e a agências de rating, que alertaram para os riscos da proposta. O temor é que ela possa abrir caminho para tirar a Itália do euro.

As declarações de Tria irritaram os dois vice-premiers do governo, Salvini e Luigi Di Maio. “Podemos discutir sobre os minibots, é uma proposta, mas o fato é que é urgente pagar as dezenas de bilhões de euros atrasados na dívida da administração pública com empresas e famílias. Isso deve estar claro a todos, principalmente ao ministro da Economia”, disse Salvini.

“Se o instrumento para pagar as empresas não é o minibot, o Ministério da Economia deve encontrar outro. Mas que o encontre, porque precisamos de soluções”, afirmou Di Maio, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

Entenda

A proposta aparece em uma moção parlamentar aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada e prevê a criação de “minitítulos” de dívida pública.

Esses papéis são chamados de “minibots”, em referência ao BOT, acrônimo para “Bônus Ordinários do Tesouro”, que são títulos de dívida de curto prazo (três, seis e 12 meses) emitidos pelo Estado, com valor mínimo de mil euros.

Os minibots, termo criado pelo presidente da Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, Claudio Borghi, principal conselheiro econômico da Liga, teriam valores pequenos, como cinco, 10, 20, 50 e 100 euros, e seriam impressos como cédulas.

Esses títulos seriam emitidos pelo Estado para pagar credores e distribuir reembolsos fiscais aos cidadãos, mas tais papéis não teriam taxa de juros e poderiam ser usados em pagamentos ligados ao setor público, como impostos e bilhetes de trem, por exemplo.

“Os minibots seriam um primeiro passo para criar uma moeda paralela e preparar a saída da Itália da zona do euro”, alertou a agência de classificação de risco Moody’s.

O “minibot”, inclusive, foi pensado por Borghi como uma forma de encaminhar a saída da Itália do euro, mas ainda está longe de se tornar realidade. A moção aprovada por unanimidade na semana passada não é vinculante, ou seja, não obriga o governo a estudar o assunto.

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