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Meloni discursa após vitória e promete “unir” a Itália

A deputada de extrema direita Giorgia Meloni, vencedora das eleições parlamentares na Itália, afirmou que os cidadãos deram uma “indicação clara” com o resultado do pleito e prometeu governar para “unir” o país.

“Os dados ainda não são definitivos, mas, pelo que emerge das primeiras projeções, se pode dizer que os italianos deram uma indicação clara. E a indicação clara é para um governo de centro-direita com liderança do Irmãos da Itália [FdI, seu partido]”, disse Meloni em um discurso para apoiadores em Roma.

Tanto as pesquisas de boca de urna quanto as projeções apontam que a coalizão conservadora terá ampla maioria na Câmara e no Senado e que o FdI será o partido mais votado dentro dessa aliança, que ainda inclui a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.

Ao lamentar a abstenção recorde dos eleitores – quase 40% das pessoas com direito a voto não foram às urnas -, a deputada afirmou que uma de suas metas é “fazer com que os cidadãos voltem a acreditar nas instituições”.

“Nosso principal objetivo é reconstruir a relação entre Estado e cidadãos. Somos cidadãos livres, não somos súditos, e é importante refazer essa relação”, disse.

“Se formos chamados a governar esta nação, o faremos para todos os italianos, o faremos com o objetivo de unir este povo”, salientou.

Segundo Meloni, a vitória histórica do FdI, que em 2018 obtivera apenas pouco mais de 4% dos votos, “não é um ponto de chegada”. “A partir de amanhã, precisaremos demonstrar nosso valor”, acrescentou a deputada, encerrando seu discurso com uma citação de São Francisco de Assis. “Você começa a fazer o possível para depois descobrir que alcançou o impossível”, concluiu.

Maioria ampla

De acordo com projeção do consórcio, Opinio-Italia para a emissora Rai, a aliança conservadora alcançará 43,3% dos votos no Senado e 42,7% na Câmara, contra 26,4% e 26,8% da centro-esquerda e 16,2% e 16,0% do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

Já a chamada “terceira via”, formada pelos partidos de centro Ação e Itália Viva (IV), aparece com 7,4% e 7,5%, respectivamente. Como o sistema eleitoral italiano mistura voto majoritário com proporcional, esses números devem garantir uma ampla maioria parlamentar à direita, com mais de 110 das 200 cadeiras no Senado e mais de 220 dos 400 assentos na Câmara.

No papel de partido mais votado, com cerca de 25% da preferência, segundo as projeções, o FdI terá a prerrogativa de indicar o próximo premiê, o que deve fazer de Meloni a primeira mulher a governar a Itália.

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