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União Europeia volta a negar financiamento de muros contra migrantes

A reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, na Bélgica, foi marcada por grande tensão por conta dos debates sobre o Pacto de Migração do bloco.

Além dos problemas atuais, um grupo de 12 países voltou a pedir que a Comissão Europeia financie a construção de muros nas fronteiras para impedir a entrada de pessoas estrangeiras.

“Fui muito clara: não haverá nenhum financiamento de arame farpado ou muros”, disse a presidente do Executivo, Ursula von der Leyen, ao fim do encontro com os 27 líderes do bloco.

O grupo é formado por Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e República Tcheca e quer que o bloco pague pela construção das estruturas. Atualmente, cada país é livre para erguer obras do tipo, mas apenas com recursos próprios.

Além da tensão sobre esse assuntos, os chefes de Governo e Estado ainda debateram outro ponto complicado sobre o tema, que é a postura do governo ditatorial de Belarus na fronteira com a Polônia.

Além do muro construído pelos poloneses, a UE já anunciou punições contra Minsk por infiltrar pessoas consideradas extremistas entre aqueles que buscam refúgio na União Europeia.

Uma operação recente descobriu material de extremismo islâmico entre um grupo de migrantes e eles informaram que tiveram apoio de Minsk.

Outro ponto polêmico foi o financiamento de países terceiros para impedir a saída de migrantes econômicos para o bloco. O maior temor do grupo atinge, principalmente, os vizinhos do Afeganistão, que enfrenta uma grave crise humanitária e a retomada do poder do grupo fundamentalista Talibã.

Itália

Após o encontro, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou que saiu “satisfeito” do encontro e sobre como as questões foram concluídas. O território italiano é uma das principais entradas de milhares de deslocados que tentam chegar à Europa e o governo tem muito interesse em reformar as questões ligadas ao acolhimento dessas pessoas.

Sobre a construção dos muros, Draghi afirmou que concorda com Von der Leyen sobre o veto ao financiamento europeu para as obras.

“O problema que nós vivemos por muitos anos sozinhos, agora é um problema de todos e aqui é importante não haver divisões porque isso já é um problema comum. Não tem nenhum sentido privilegiar só um país ou uma rota”, disse Draghi citando a pressão que está sendo exercida na fronteira entre Belarus, os países bálticos e a Polônia onde “a imigração está sendo usada de maneira instrumental pelo governo de Belarus”.

Segundo o premiê italiano, o problema não é só polonês porque a “pressão que vem da Turquia está destinada a aumentar” com a crise no Afeganistão bem como “aquela que vem do norte da África, que nós conhecemos tão bem”.

Para o chefe de governo italiano, é preciso “remanejar a dimensão externa da União, dando ao Mediterrâneo meridional a mesma importância que se dá ao oriental”.

Sem dar muitos detalhes, Draghi disse que o “mais importante quadro legal sobre o que fizemos progresso foi o pacto sobre a migração e o asilo”.

“Por uma estranha heterogênese de propósitos, o que deveria ser um parágrafo sobre o financiamento de muros não contém essa possibilidade, mas acabou abrindo uma janela para a discussão sobre o pacto de migração e asilo, que estava parado há um ano”, pontuou.

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