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Usando ditado popular, Papa Francisco pede mais justiça social

Brincando com elementos da cultura brasileira, como a cachaça e o feijão, o papa Francisco fez um apelo por mais justiça social, em um discurso nesta quinta-feira, dia 25, na comunidade de Varginha, complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

"Sei bem que, quando alguém que precisa comer bate em suas portas, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida. Como diz o ditado, sempre se pode colocar mais água no feijão", disse Francisco, mencionando a expressão popular para argumentar a favor do que ele chamou de "cultura da solidariedade". Segundo o Pontífice, é preciso "ver o outro não como um concorrente ou um número, mas sim, como um irmão, porque tomos nós somos irmãos". "Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do descartável, porque somos irmãos e ninguém é descartável", afirmou Francisco aos moradores de Manguinhos.

O Papa pediu ainda que as pessoas e, principalmente, as autoridades brasileiras "não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem".

"Saiba dar sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais", acrescentou o Papa, citando a família, a educação integral e a saúde como elementos fundamentais.

Francisco abordou também a questão da pacificação das comunidades carentes do Rio de Janeiro, argumentando que "nenhum esforço de pacificação será duradouro" enquanto a periferia continuar à margem da sociedade. Aos jovens, público-alvo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Francisco disse que eles "possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas, muitas vezes, se desiludem com as notícias de corrupção". "A vocês [jovens] e a todas as pessoas, eu repito: nunca desanimem, não deixem que se apaguem as esperanças. A realidade pode mudar, o mundo pode mudar. Comecem vocês a praticarem o bem, não se acostumem com o mal", disse o Papa.

Logo que subiu ao palco montado em um campo de futebol em Varginha, Francisco agradeceu a calorosa recepção. "Muito obrigado a cada um de vocês pela linda acolhida", disse. "Desde o início, quando eu planejava minha vinda ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os bairros desse país: queria bater em cada porta, dizer bom dia, pedir um copo de água fresca, um cafezinho, e não um copo de cachaça. Mas o Brasil é tão grande que não é possível bater em todas as portas. Então resolvi vir aqui", contou, referindo-se a Manguinhos.

Durante sua passagem pelo complexo de Manguinhos, Francisco visitou a capela de São Jerônimo Emiliani e a residência de uma família. 

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