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FESTIVAL DE CINEMA DE VENEZA 2016: Filme filipino de quase quatro horas conquista Leão de Ouro

O filme "Ang Babaeng Humayo", do cineasta filipino Lav Diaz, conquistou o Leão de Ouro na 73ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza.

Chamado em inglês de "The Woman Who Left" ("A mulher que deixou", em tradução livre), o longa tem quase quatro horas de duração e foi inspirado em um conto do escritor russo Liev Tolstói. Filmado em preto e branco, ele conta a história de uma mulher de meia idade (Charo Santos-Concio) que se vê obrigada a repassar sua vida após 30 anos presa injustamente.

Além do desejo de concluir uma vingança planejada durante três décadas, ela ainda luta para reencontrar o filho que não vê desde que foi encarcerada. "O filme demonstra que a existência é frágil. Ao fim de um dia, não sabemos nada", explicou Diaz.

O filme não estava entre os favoritos ao prêmio máximo do Festival de Veneza, mas acabou agradando ao júri presidido pelo cineasta britânico Sam Mendes, de "Beleza Americana".

O Leão de Prata de melhor direção foi dividido entre o russo Andrei Konchalovsky, de "Paradise", e o mexicano Amat Escalante, de "La región salvaje". Por outro lado, o Grande Prêmio do Júri foi para "Nocturnal Animals", do norte-americano Tom Ford.

A Coppa Volpi de melhor interpretação masculina foi entregue ao ator argentino Oscar Martínez, que no filme "El ciudadano ilustre", de Mariano Cohn e Gastón Duprat, vive um vencedor do Nobel de Literatura que retorna para seu povoado natal após passar 40 anos radicado na Europa.

Já o prêmio de melhor interpretação feminina ficou com a norte-americana Emma Stone, estrela de "La La Land", musical romântico de Damien Chazelle que foi bastante aplaudido pelo público em Veneza.

O terror romântico "The Bad Batch", da norte-americana Ana Lily Amirpour, levou o Prêmio Especial do Júri, enquanto "Jackie", filme do chileno Pablo Larraín sobre Jacqueline Kennedy, ficou com o troféu de melhor roteiro.

Por fim, a jovem alemã Paula Beer, 21 anos, protagonista de "Frantz", do francês François Ozon, conquistou o prêmio Marcello Mastroianni, dado sempre a atores ou atrizes emergentes. Ela interpreta Anna, que todos os dias visita a sepultura do namorado morto na Primeira Guerra Mundial.

Horizontes – Criada em 2004 para premiar produções que simbolizem "novas tendências estéticas e expressivas", sem distinguir gênero ou duração, a mostra "Horizontes" teve como grande vencedor em 2016 o filme "Liberami", da italiana Federica Di Giacomo.

O documentário fala sobre o fenômeno do exorcismo e o crescente número de padres que o praticam no país que abriga o Vaticano, coração do catolicismo. A estatueta de melhor ator foi entregue ao português Nuno Lopes, que interpreta um boxeador desempregado em "São Jorge", de Marcos Martins.

A história se passa no período em que Portugal vivia sob supervisão da União Europeia para deixar a crise econômica.

Lopes já participou de algumas novelas no Brasil, como "Esperança" e "Senhora do Destino", da "Rede Globo".

Já o prêmio de melhor atriz ficou com a espanhola Ruth Díaz, estrela de "Tarde para la ira", de Raúl Arévalo. A belga Fien Toch foi escolhida melhor diretora pelo longa "Home"; "Koca Dünya", do turco Reha Erdem, conquistou o Prêmio Especial do Júri; e "Ku Qian", do chinês Wang Bing, faturou a estatueta de melhor roteiro.

Por sua vez, "La Voz Perdida", do uruguaio Marcelo Martinessi, venceu como melhor curta-metragem. (Ansa)

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