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Itália estuda fazer quarentena diferente para vacinados

A Itália está avaliando impor diferentes tipos de isolamento para pessoas que tomaram e não tomaram vacinas contra a Covid-19, informam fontes do governo. A ideia é diminuir o prazo de quarentena para quem já está imunizado e manter as regras atuais para quem se nega a imunizar.

Os prazos ainda não foram definidos, mas o assunto ganhou força após a pressão pública de governadores por conta da alta exponencial de pessoas isoladas. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, são mais de 506 mil cidadãos nessa situação.

Conforme as fontes, seriam criados protocolos diferentes de acordo com a quantidade de doses tomadas: uma, duas ou dose de reforço. Atualmente, se uma pessoa vacinada entrou em contato com alguém que testou positivo para a Covid-19, ela é notificada pelo sistema de rastreamento e precisa ficar em isolamento por sete dias.

“A reflexão sobre o número de pessoas em quarentena foi feita nesta manhã com o ministro [da Saúde, Roberto] Speranza. Os cientistas estão estudando sobre isso no Instituto Superior de Saúde. Agora, as quarentenas devem ser diferentes entre vacinados e não vacinados e se está estudando como colocar isso em prática”, disse o comissário extraordinário para a pandemia, Francesco Paolo Figliuolo.

Em entrevista à Agência Ansa, o conselheiro científico do Ministério da Saúde, Walter Ricciardi, afirmou que o “sistema de rastreamento e contenção do vírus deve ser rigoroso porque senão se perde o controle da pandemia”.

“Uma eventual decisão sobre a modalidade da quarentena tem como base um modelo preciso, que calcula o impacto que teria sobre a circulação do vírus e sobre o serviço sanitário nacional. É preciso comportar-se com base nas consequências e não na ‘sensação’. E o governo está fazendo o certo ao ancorar suas decisões com base nas evidências científicas […] porque com a Ômicron haverá uma difusão excepcional”, acrescentou Ricciardi alertando que algumas regiões verão as regras serem apertadas novamente em breve.

Já o vice-secretário da Saúde, Pierpaolo Sileri, afirmou em entrevista à “SkyTg24”, que é “necessária uma revisão das regras de quarentena”, mas que esse “não é o momento” por conta dos riscos trazidos pela nova variante da Covid-19.

“Eu acredito que isso seja desejável, mas provavelmente daqui a 10 ou 15 dias. É verossímil que a Ômicron seja já 50% a 60% do vírus que circula no país”, acrescentou destacando que acredita que o país baterá os 100 mil casos diários “em breve”.

Entre os governadores que se manifestaram publicamente pedindo essa revisão estão o do Vêneto, Luca Zaia, e da Friuli Veneza Giulia, Massimiliamo Fedriga, duas das áreas mais afetadas nessa onda atual. Ambos classificam como “correta e razoável” a revisão dos protocolos no caso dos vacinados.

A Itália vive uma intensa onda de novos contágios, com números recordes desde quando a crise sanitária começou em fevereiro de 2020. No entanto, apesar de ter passado de 50 mil casos em dois dos últimos quatro dias, a média de mortes não está subindo no mesmo ritmo. Também sobem de maneira mais lenta as internações regulares e nas unidades de terapia intensiva.

Atualmente, mais de 85,5% dos cidadãos com mais de 12 anos já tomaram duas doses das vacinas disponíveis na Itália.

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