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Umberto Bossi, aliado de Berlusconi, critica reação da Igreja à morte de imigrantes

Umberto Bossi, líder da Liga Norte (LN), partido aliado do primeiro-ministro Silvio Berlusconi no Governo italiano, atacou a Igreja Católica do país por suas palavras após a morte de 73 imigrantes que tentavam chegar à Europa numa barca.

 

"São palavras com pouco sentido. Por que o Vaticano não abre suas portas (aos imigrantes)?", disse Bossi à imprensa italiana.

 

Com essas palavras, o fundador da LN, à qual pertence o ministro de Interior, Roberto Maroni, autor da lei que tipifica a imigração ilegal como crime, respondeu a um editorial publicado ontem pelo "Avvenire", jornal da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

No texto, o Holocausto sofrido pelo povo judeu é comparado à falta de socorro aos 73 imigrantes que, segundo o testemunho dos únicos cinco sobreviventes, morreram no Mediterrâneo depois de terem saído da Líbia há cerca de 20 dias.

Para o "Avvenire", "nenhuma política de controle da imigração pode autorizar uma comunidade internacional a abandonar um barco de imigrantes náufragos ao sabor da morte, como ocorreu na última leva de desesperados no mar da Sicília".

Nesse sentido, Bossi defendeu a política de imigração atualmente adotada pela Itália, onde, desde 8 de agosto, é crime ser imigrante ilegal.

Com as ações do Governo, "partem muitos menos (imigrantes ilegais) que antes, mas é preciso conseguir detê-los, do contrário, continuará havendo muitas mortes, com gente arriscando a vida à toa, porque quando chega aqui não há postos de trabalho", declarou o político.

"Como ninguém acolherá as pessoas sem impor controles, é preciso deter as saídas" de imigrantes, acrescentou.

O caso dos cinco imigrantes que foram resgatados pelas autoridades italianas na quinta-feira, 12 milhas ao sul da ilha de Lampedusa, monopoliza o noticiário e o debate político na Itália.

Os cinco sobreviventes, todos de nacionalidade eritréia, dizem que 73 pessoas morreram durante a travessia e tiveram seus corpos jogados no mar.

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