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Escândalos de Berlusconi fazem com que especialistas temam pela democracia italiana

Corrupção, nepotismo e supostos encontros com prostitutas menores de idade são alguns dos escândalos que atualmente abalam o governo de Silvio Berlusconi na Itália, e que podem fazer com que deixe o cargo de primeiro-ministro, ocupado por ele durante a maior parte da última década. Porém, a questão que especialistas italianos começam a abordar não é quanto tempo Berlusconi ainda sobreviverá no cargo, e sim o estado em que ele deixará a democracia italiana.

Segundo comentaristas e críticos, quando Berlusconi “finalmente” deixar o governo, deixará para trás um país cujas instituições democráticas, governabilidade e discurso político foram degradados durante seu longo mandato.

Analistas dizem que o descaso generalizado da alta cúpula, o incremento do culto à personalidade e os esforços de Berlusconi para concentrar o poder, negligenciando outras instituições do estado, acabaram por “enfraquecer o corpo político do país”.

“A democracia italiana está se deteriorando rapidamente”, afirmou Franco Pavoncello, cientista político e presidente da Universidade John Cabot, em Roma.

Os críticos também afirmam que os pilares de uma sociedade democrática – o Estado de Direito e o papel da ética na vida pública – têm sido seriamente corroídos pela elite política da Itália e por Berlusconi, em particular, criando um “déficit de democracia”.

Como primeiro-ministro, Berlusconi, de 74 anos, cultivou a ideia de que um mandato popular lhe daria licença para ignorar normas de conduta e de propriedade, disse James Walston, cientista político da Universidade Americana de Roma.

“Sua primeira declaração depois de eleito foi de que havia sido ungido pelo povo. Ele era como Luís XIV, um monarca absoluto, com a bênção do povo”, afirmou Walston. “Se você é eleito pelo povo, e o povo é soberano, para Berlusconi isto lhe dá todo o poder para fazer o que quiser”, disse o especialista.

Fonte: “Los Angeles Times”

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