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FÁBIO BOTTO FARHAN: Itália anuncia plano de 80 bilhões de euros para ajudar economia

A Itália prepara um plano de três anos no valor de 80 bilhões de euros (101,5 bilhões de dólares) para ajudar sua economia enfraquecida, anunciou o ministro da Economia Giulio Tremonti após a reunião de 20 países para discutir a crise financeira global.

Falando em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Tremonti disse que o plano vai depender em grande medida de recursos da União Européia e terá impacto modesto sobre o déficit orçamentário.

De acordo com Tremonti, o plano será apresentado como decreto emergencial “nos próximos dias.”

Tanto Tremonti quanto Berlusconi disseram que o plano terá valor de 80 bilhões de euros, mas Tremonti explicou que metade desse valor na realidade virá do uso de recursos da UE que o país já recebe.

Até o fim deste mês o governo “apresentará a utilização de 40 bilhões de euros de recursos da UE ao longo de três anos para pesquisas e desenvolvimento ambientais”, disse ele.

A Itália tem tido um histórico de modo geral fraco na utilização de recursos que recebe da UE.

Dos outros 40 bilhões de euros, cerca de 16 bilhões virão de investimentos em infra-estrutura, dos quais 12 bilhões serão financiados pelo governo e 4 bilhões de financiamentos de projetos privados.

Pelo menos mais 10 bilhões virão de investimentos de operadoras de pedágio em rodovias, que, segundo uma nova legislação governamental, serão obrigados a aumentar os investimentos se quiserem elevar o valor dos pedágios cobrados, disse Tremonti.

Outras medidas mencionadas pelo ministro, sem detalhes específicos, incluem “medidas tributárias para empresas” e “um montante não pequeno, que ainda não decidimos, que irá para as famílias.”

Uma medida que está sendo estudada para ajudar empresas é permitir que paguem o imposto sobre o valor adicionado apenas depois de terem recebido de seus clientes, em lugar de pagar assim que emitem faturas, disse o ministro.

A economia italiana sofreu contração de 0,5 por cento no terceiro trimestre, a maior queda trimestral em dez anos, após uma queda de 0,5 por cento no PIB entre abril e junho.

Analistas prevêem que a recessão continue por pelo menos mais três trimestres e que o PIB caia cerca de 0,3 por cento em 2008, pela primeira vez desde 1999, e sofra outra queda, consideravelmente maior, em 2009.

Tremonti destacou que como boa parte das medidas será financiada pela UE e outras pelo capital privado o impacto sobre as finanças públicas será limitado.

O ministro disse também que o governo vai apresentar em breve uma iniciativa conjunta com os bancos italianos para garantir a manutenção das linhas de crédito a empresas.

“Temos que aprovar uma medida para evitar as restrições ao crédito. Não é para os bancos, é para as empresas”, disse ele.

“Imaginamos que os bancos vão se comprometer não apenas em manter, mas em ampliar os canais de financiamento a empresas”, disse ele, acrescentando que Berlusconi recebeu garantias nesse sentido da Associação dos Bancos italiana.

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