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Italianos saem às ruas de Roma para defender prefeito

Um grupo de romanos saiu às ruas para pedir que o prefeito da cidade eterna, Ignazio Marino, reconsidere sua decisão de renunciar ao cargo. Segundo os organizadores, cerca de 3 mil pessoas participaram do ato.

 

Os apoiadores do chefe municipal levaram à praça do Campidoglio, sede da Prefeitura, balões nas cores da bandeira italiana e com a hashtag "#IostoconMarino" ("Eu estou com Marino"), além de cartazes e faixas em defesa do político. "Tirem as mãos de Marino", dizia um deles.

 

"Neste país, quando chega uma pessoa honesta e capaz ao governo, se inicia um mecanismo para derrubá-la. E com Marino aconteceu a mesma coisa. Os romanos se perguntam por que ele não pode continuar na Prefeitura, já que não está sendo investigado", afirmou um dos líderes da manifestação.

 

Pressionado havia meses para deixar o cargo, Marino viu sua situação ficar insustentável após a revelação de que ele gastara 150 mil euros em 2014 com jantares, hospedagens, reuniões e cerimônias oficiais. Em depoimento espontâneo ao Ministério Público de Roma, ele alegou que muitas assinaturas em recibos são falsas e que jamais usou dinheiro público para fins privados.

 

Seus aliados creditam as pressões por sua renúncia ao caso "Mafia Capitale" ("Máfia Capital"), que desbaratou um grande esquema de associação mafiosa dentro da Prefeitura da capital italiana, derrubando inclusive alguns membros de seu gabinete.

 

"Esta praça me dá a coragem e a determinação para seguir em frente. Vocês estão escrevendo uma página importante na democracia desta cidade. Vocês me pedem para reconsiderar, pois eu estou refletindo e não os decepcionarei", disse o prefeito, que também participou do ato.

 

Segundo a lei italiana, um chefe municipal tem até 20 dias após a formalização da renúncia para mudar de ideia, prazo que termina no início de novembro. Desde que pediu demissão, Marino já falou algumas vezes em reconsiderar, mas vem sendo pressionado pela sua própria legenda, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Matteo Renzi, a abandonar de vez o cargo.

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