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Única chance de paz é apoiar Ucrânia, diz Meloni

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou ao Senado que seu governo não vai mudar a postura em relação a guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia e que a “única chance” de negociações de paz passa pelo apoio a Kiev.

“A única possibilidade hoje para ter uma mesa de negociações é que haja equilíbrio entre as forças que estão no campo de batalha. Isso passa pelo apoio à Ucrânia. Se não tivéssemos apoiado a Ucrânia, como muitos diziam, porque estava muito fraca, não teríamos a paz, mas uma invasão. Defendo o direito de uma nação soberana defender a sua soberania”, disse aos senadores.

Ao responder um questionamento sobre as mensagens conflitantes passadas pelo bloco de direita que forma seu governo – além de seu partido ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI), o também de extrema direita Liga e o conservador Força Itália -, a premiê disse que “nos fatos” , o grupo sempre “votou de maneira clara”.

A pergunta foi uma indireta por conta das declarações do senador Silvio Berlusconi, líder do FI, de proximidade com Putin e de alguns correligionários do bloco dizerem publicamente que eram contrários a enviar armas para Kiev se defender.

Quando questionada sobre se seus apoiadores continuarão a defender as atitudes de seu governo em prol a Kiev, Meloni ressaltou que “o apoio da opinião pública depende também da capacidade que os sujeitos que pedem sacrifícios terão de dar respostas”.

Isso porque, por conta da guerra, a inflação e os preços da energia em toda a Europa dispararam. “É míope imaginar que alguns que têm maiores espaços fiscais possam também resolver os seus problemas na pele dos outros”, acrescentou, defendendo ainda as mudanças no Orçamento propostas por seu governo para 2023.

“A questão da Ucrânia não atinge só a Ucrânia, nos envolve a todos, gostem ou não. Envolve também o papel da Itália. Vocês acham que se a Itália decidisse se afastar da comunidade internacional, não enviar nada para eles, mudaria algo no fronte internacional para Kiev? Não, não mudaria. O que mudaria é a relação conosco. Seríamos considerados uma nação não confiável e que, em frente a dificuldades, foge. Quero uma Itália crível e séria”, acrescentou ainda.

Desde o início da guerra, em fevereiro deste ano, a Itália sob o comando de Mario Draghi foi um dos países europeus que mais defendeu Kiev publicamente. Meloni, que assumiu o poder no fim de outubro, manteve a linha adotada pelo seu antecessor – mesmo com as questões envolvendo Berlusconi – e continua a indicar que essa será a postura até o fim do conflito.

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