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Autoridades italianas reagem às declarações de Lula

Autoridades italianas criticaram as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os protestos contra a não extradição de Cesare Battisti são fruto da derrota eleitoral sofrida pelos partidos de direita nas eleições municipais. 

A ministra italiana da Juventude, Giorgia Meloni, disse que as afirmações de Lula provam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro foi tomada por motivações "políticas". 

"A Itália não pode tolerar que um assassino vulgar como Cesare Battisti permaneça em liberdade, assim como não pode aceitar a superficialidade com a qual um ex-chefe de Estado estrangeiro faz piada sobre seus mortos", protestou a ministra.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). 

"O ex-presidente brasileiro Lula deve parar de fazer campanha eleitoral com os mortos italianos, ignorando que, para boa parte da população do seu país, a decisão do Supremo Tribunal foi vista como um tapa contra a Justiça", afirmou. 

Preso no Brasil em 2007, dois anos depois Battisti recebeu o status de refugiado político pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro. Em seu último dia de governo, Lula decidiu negar o pedido de extradição feito pela Itália. 

Recentemente o STF analisou o caso e validou a decisão de Lula. Além disso, os ministros do Supremo autorizaram a libertação do italiano, que estava em prisão preventiva. 

Para o vice-ministro de Infraestrutura e Transporte da Itália, Roberto Castelli, as declarações de Lula "provam que a decisão teve motivações puramente políticas, e não jurídicas". 

"Aproveito para agradecer os atestados de solidariedade dos inúmeros cidadãos brasileiros que, evidentemente, não pensam como Lula", disse Castelli, que informou que não iria assinar um acordo de transporte aéreo com o Brasil por conta do caso Battisti.

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