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Itália se diz desapontada com resposta da União Europeia sobre a imigração

O ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, saiu do conselho ministerial dos países da União Europeia (UE), que ocorreu em Luxemburgo, desapontado com a decisão sobre a questão migratória que foi votada. 

"A Itália foi deixada sozinha", sentenciou Maroni, dizendo-se desapontado com o que considerou uma falta de consideração dos demais países-membro do bloco com o problema da imigração dos norte-africanos à costa sul italiana. 

O ministro disse que se absteve de votar o documento final do encontro, que segundo ele não prevê nenhuma medida concreta e coloca que a Itália deve resolver o problema sozinha.

"Nós expressamos nossa solidariedade com a Grécia, Irlanda, e Portugal [quando estes países previsaram]. Mas a nós, nesta situação de grave emergência, nos disseram: 'querida Itália, são questões tuas e deve fazer sozinha'", lamentou. 

O alto funcionário chegou a criticar a União Europeia, classificando-a como "uma instituição que se move rápido para salvar os bancos, para declara guerra, mas quando é para exprimir solidariedade concretamente a um país em dificuldade como hoje é a Itália, se esconde". 

O chanceler italiano, Franco Frattini, afirmou, pro sua vez, que Roma pretende "colocar à Europa o tema da imigração como um tema global a enfrentar em conjunto". "A Europa continua com seu egoísmo, nós procuraremos outra solução", acrescentou o ministro. 

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, disse ter ficado preocupado com "as declarações fora de medida de expoentes do governo frente à dificuldade colocada pela UE e por alguns países-membro frente ao pedido italiano de dividir com a Itália o problema do forte afluxo de imigrantes da costa norte-africana". 

No entanto, ele reiterou que está empenhado em buscar pontos em comum com os outros países do bloco europeu, e debateu com seu homólogo alemão, Christian Wulff, sobre a necessidade da Europa procurar soluções eficazes para a questão. 

No entanto, o ministro do Interior alemão, Hans-Peter Friedrich, sustentou que atualmente "em todos os lugares da Europa há problemas de imigração, e a Itália não pode reclamar para si uma solidariedade quando o seu problema não é com um fluxo migratório de massa". 

A região costeira da Itália, banhada pelo mar Mediterrâneo, tem recebido milhares de imigrantes ilegais, em uma quantidade muito maior do que a normal, devido às fugas dos povos dos países do norte da África, que passam por crises políticas. 

O aumento no fluxo de imigrantes, principalmente para a ilha de Lampedusa, levou as autoridades italianas a decretarem estado de emergência e pedir ao governo dos outros países da Europa a ajudarem na redistribuição de imigrantes pela região. O governo italiano já retirou milhares de estrangeiros da ilha, mas pede que outros países ajudem-no a desafogar a cidade.

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