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Papa Bento XVI visita o Chipre e lamenta morte do presidente da Conferência Episcopal Turca

O papa Bento XVI exortou o diálogo com o Islã ao comentar a morte do presidente da Conferência Episcopal Turca, Luigi Padovese, e falou sobre o ataque de Israel contra navios de ajuda humanitária, antes de desembarcar em Chipre, país no qual fará uma visita apostólica de três dias.

O Pontífice foi rececebido no Aeroporto Internacional de Paphos pelo presidente cipriota, Demetris Christofias, e pela primeira-dama do país, Elsie, além do arcebispo grego-ortodoxo local, Chrysostomos II. Também esteve presente o Núncio Apostólico em Israel e Chipre, Antonio Franco.

Ainda no avião que o conduziu a Paphos, Bento XVI afirmou que o falecimento de Luigi Padovese — que teria sido assassinado ontem por seu motorista — "não pode ser atribuído à Turquia e aos turcos" e portanto "não deve obscurecer de algum modo o diálogo com o Islã".

"Naturalmente estou profundamente entristecido pela morte de Dom Padovese, que também contribuiu muito com a preparação [da Assembleia Especial para o Oriente Médio] do Sínodo dos Bispos, colaborou e teria sido um elemento precioso. Recomendemos à bondade do senhor sua alma", orou o Papa.

"Esta sombra, todavia, não tem nada relacionado com os temas da viagem", rebateu Bento XVI. "É algo sobre o qual temos poucas informações", acrescentou ele, afirmando ainda que "trata-se de uma coisa pessoal" e que o Vaticano espera "ainda todas as explicações".

Na coletiva de imprensa ocorrida durante o trajeto da Itália a Chipre, o líder máximo da Igreja Católica garantiu que o homicídio do religioso, "uma situação trágica", "certamente não se trata de um assassinato político, religioso".

Sobre o ataque de Israel contra uma frota de navios de várias bandeiras que tentavam furar o bloqueio na Faixa de Gaza e levar ajudas humanitárias a palestinos, em uma ação que deixou nove mortos na segunda-feira, o Pontífice convidou todos "à paciência" e "à coragem de recomeçar".

"Em todos estes episódios que vivemos, há sempre o perigo de que se perca a paciência, que se diga basta e que não se queira mais buscar a paz", afirmou ele, ao explicar que a função da Santa Sé é "criar a disposição do coração para recomeçar de novo, na certeza de que podemos ir adiante, que a violência não é a solução".

O Pontífice também falou sobre a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos — que ocorrerá em outubro no Vaticano e cujo documento de trabalho será entregue durante a visita a Chipre –, desejando que o evento faça crescer o diálogo entre os cristãos, mas também "a capacidade comum de diálogo com os irmãos muçulmanos".

Seu "encorajamento" é o de "continuar com uma visão comum apesar dos problemas nas conversas". "Todas as tentavias por uma convivência sempre mais frutuosa e fraterna são muito importantes", explicou o Papa.

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