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Estréia hoje, na TV Cultura, o documentário “Em Busca da Pátria Perdida”

Estréia hoje, na TV Cultura, às 22h00, o documentário "Em Busca da Pátria Perdida" de Ugo Giorgetti e produção SP Filmes de São Paulo.

 

O filme tratará sobre o relacionamento de diversos imigrantes com a Igreja Nossa Senhora da Paz, na cidade de São Paulo, e especialmente com os italianos, responsáveis pela construção dela durante a Segunda Guerra Mundial.

 

A igreja foi palco também de acolhimento de imigrantes de outros estados do Brasil, além de receber até hoje pessoas da América Latina, e como diz o atual pároco, Padre Lírio Berwanger "recebemos gente de qualquer parte do mundo e de qualquer religião".

 

Berwanger em entrevista à Rádio Italiana comentou que "a tradição de recepção de necessitados se mantém desde a década de 30, 40, ou seja, por mais de 70 anos que se faz este trabalho", e completou "quem quiser saber um pouco mais de história e de seus antepassados não pode perder o documentário".

 

Vejam a sinopse do filme, que está no site da TV Cultura

 

Em Busca da Pátria Perdida

Exibição em 25/06/2009

 

A busca da pátria perdida é uma tarefa que se impõe ao imigrante quase inconscientemente.Os latino-americanos, por exemplo, dão o nome de “patcha mama”, isto é, a terra, a uma imagem que não tem rosto, nem forma.

 

É apenas um conceito que eles carregam na mente. Costumam emprestar a imagem da Virgem para materializar esse conceito. Por isso, qualquer imagem de Nossa Senhora dentro de qualquer igreja torna-se a “patcha mama”, isto é, a mãe, a terra natal. Donde se segue que em qualquer templo católico é possível encontrar a terra de onde vieram.

 

Há, todavia, uma igreja que se dedica quase que exclusivamente a eles, os imigrantes.A Igreja da Paz, na rua do Glicério, São Paulo. Primeiro se dedicou aos italianos, que, aliás, foram responsáveis pela construção da própria igreja no início da Segunda Grande Guerra. Depois vieram imigrantes de todas as partes do Brasil, seguidos de imigrantes latino americanos, equatorianos, bolivianos, peruanos, paraguaios, etc. Finalmente imigrantes de qualquer outra parte do mundo e de qualquer religião.

 

O documentário se detém com muita atenção nessa Igreja da Paz dos baixos do Glicério, sem a qual os imigrantes seriam ainda mais invisíveis, e que mantém a tradição do acolhimento por longos setenta anos. Acolhimento que se dá também sob o ponto de vista da beleza. Os mais humildes, os mais desprovidos imigrantes são acolhidos pelas mesmas belíssimas imagens, sob os arcos de uma graça profunda que confinam com paredes que aliam a elegância e o despojamento, quase o ascetismo, que remetem ás melhores tradições da Igreja. Essa igreja, melhor do que qualquer outra, parece nos dizer que a beleza também é um caminho para Deus.

 

Mesmo quem não crê e sempre esteve afastado da Igreja não pode deixar de se comover ao vislumbrar o esguio e gracioso campanário que se ergue como um símbolo do meio dos viadutos horríveis, prédios em decadência, sujeira, gente profundamente pobre, transito caótico, do meio, enfim, dos desfavorecidos da vida.

 

É lá, no meio de tudo isso, que os deslocados de todos os lugares renovam suas esperanças, procuram dentro de si mesmos força e evocam, pelo menos por momentos, o lugar que tiveram que deixar.

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